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R7 Brasília

Lewandowski chega em Mossoró para acompanhar buscas por fugitivos de presídio federal

Dois detentos escaparam da prisão de segurança máxima na madrugada de quarta e, na sexta, teriam feito uma família refém

Brasília|Edis Henrique Peres, do R7, em Brasília

Lewandowski participa de reunião fechada com a PF
Lewandowski participa de reunião fechada com a PF Reprodução/Instagram @fátimabezerra13

O Ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, chegou na manhã deste domingo (18) em Mossoró (RN) para acompanhar os trabalhos de busca por Deibson Cabral Nascimento e Rogério da Silva Mendonça, detentos que escaparam da prisão de segurança máxima do estado na madrugada de quarta (14).

A comitiva de Lewandowski foi recebida pela governadora do Rio Grande do Norte, Fátima Bezerra (PT), e pelo secretário Nacional de Polícias Penais, André Garcia, que está no estado desde quarta-feira (14), quando os presos fugiram.

Lewandowski visitará a Delegacia da PF (Polícia Federal) em Mossoró e participa de uma reunião fechada. O ministro está acompanhado também pelo diretor-geral da Polícia Federal em exercício, Gustavo Souza.

Na última sexta-feira (16), segundo fontes da RECORD, os fugitivos teriam feito uma família refém na noite de sexta-feira (16). Os criminosos supostamente invadiram uma casa, onde ficaram por cerca de 4 horas, pediram comida e roubaram um celular. Em seguida, teriam deixado o local.


Segundo relatos, Deibson e Rogério estavam sujos e vestindo parte do uniforme da penitenciária quando invadiram a casa, localizada a cerca de 15 km da prisão. Mais de 300 agentes estão envolvidos na busca pelos criminosos. Drones com sensores térmicos são usados nas buscas, mas os equipamentos têm confundido o calor das rochas da vegetação com a temperatura do corpo humano.

Também na sexta-feira (16), foram encontradas pegadas, calçados, roupas, lençóis e uma corda, além de uma camiseta do uniforme da penitenciária, em uma área de mata. Segundo as investigações, os fugitivos são ligados ao Comando Vermelho.


Penitenciária de Mossoró (RN)

A penitenciária de Mossoró tem, em média, quatro agentes de execução penal para cada preso. Os dados, que são do Painel Estatístico de Pessoal do governo federal e da Senappen (Secretaria Nacional de Políticas Penais), foram coletados pelo R7. Segundo os números oficiais, o país tem 1.493 servidores do tipo ativos, dos quais 16,7% (249) estão lotados em Mossoró.

A prisão de segurança máxima tem, no total, 68 detentos — segundo menor número de presos de uma penitenciária federal, atrás apenas da unidade de Brasília (DF). Ou seja, o presídio tem quase quatro vezes mais servidores desse tipo do que detentos.


Ajuda de servidores

O presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, em agenda internacional na Etiópia, comentou o episódio durante coletiva após Cúpula de Chefes de Estado e Governo da União Africana, em Adis Adeba, capital do país africano. Segundo a avaliação do presidente, pode ter ocorrido um “relaxamento” de servidores e que o governo precisar saber de quem.

“Queremos saber como estes cidadãos cavaram um buraco e ninguém viu”, disse o presidente, que acrescentou que o ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, foi a “primeira pessoa” a afirmar que seria feita uma sindicância para apurar a possível participação de funcionário do presídio.

No entanto, a Fenappf (Federação Nacional dos Policiais Penais Federais) — que reúne os sindicatos de servidores dos presídios federais do país — acredita que os dois presos fugiram sem auxílio de agentes penais da prisão de segurança máxima. A Polícia Federal investiga a possível participação de agentes da penitenciária e a Senappen (Secretaria Nacional de Políticas Penais) abriu uma sindicância para apurar eventual participação de servidores.

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