Lewandowski diz que morte de ex-delegado foi crime ‘brutal’ e oferece apoio federal a São Paulo
Ruy Ferraz Fontes foi assassinado a tiros em uma emboscada em Praia Grande, no litoral de SP, nesta segunda-feira
Brasília|Do R7

O ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, afirmou nesta terça-feira (16) que o governo federal colocou as forças de segurança à disposição do estado de São Paulo para colaborar na investigação do assassinato do ex-delegado-geral Ruy Ferraz Fontes, de 64 anos, morto em uma emboscada no município de Praia Grande (SP) nesta segunda-feira (15).
“Nós nos colocamos à disposição do estado, sobretudo no que diz respeito à polícia científica. Temos um banco de dados no que diz respeito à balística, DNA, informações. Tudo isso nós colocamos à disposição, se necessário, do governo de São Paulo”, afirmou Lewandowski.
O ministro também disse que telefonou para o governador Tarcísio Gomes de Freitas (Republicanos) para prestar solidariedade e reforçar a cooperação entre União e estado.
“Prestei minha solidariedade não apenas à família desse policial, como também à polícia do estado”, disse.
O ministro ainda comentou a brutalidade do crime. “Muito nos preocupa, realmente, porque foi um assassinato brutal e isso mostra o nível de violência que, infelizmente, grassa [propaga-se] aqui no Brasil e também em outros países. Não é uma exclusividade nossa do Brasil”, declarou.
O ministro acrescentou que outros integrantes da segurança federal também se mobilizaram. Segundo ele, o secretário nacional de Segurança Pública, Mario Sarrubbo, e o diretor-geral da Polícia Federal, Andrei Rodrigues, entraram em contato com o secretário da Segurança Pública de São Paulo, Guilherme Derrite, oferecendo apoio na investigação.
“Todos eles se colocaram à disposição da polícia de São Paulo, especialmente no que diz respeito a nossa polícia técnica que tem um banco de dados muito elaborado. Estamos à inteira disposição, mas claro, como coadjuvantes”, declarou.
Como foi o ataque
Ruy Ferraz Fontes era secretário de Administração Pública de Praia Grande (SP) e despachou na prefeitura normalmente. Quinze minutos antes de sair do prédio, conversou por telefone com o procurador de Justiça Márcio Christino.
“Fui o último a conversar com ele. Ele não estava fazendo nada ligado à segurança, estava afastado da área”, afirmou o procurador.
De acordo com ele, Fontes saiu da prefeitura e foi seguido por bandidos em uma Hilux. Imagens de câmeras de segurança mostram que Fontes estava em alta velocidade, provavelmente fugindo dos bandidos, quando entrou em um cruzamento e foi atingido por um ônibus. O carro capotou. Os bandidos desceram da picape com fuzis e atiraram no delegado, que reagiu.
Uma das suspeitas da polícia é que a ação tenha sido obra da Sintonia Restrita, o grupo de pistoleiros do PCC responsável no passado por planos para sequestrar o ex-juiz Sérgio Moro e o promotor de Justiça Lincoln Gakiya, do Gaeco (Grupo de Atuação Especial e Combate ao Crime Organizado).
Quem era Ruy Ferraz?
Ruy Ferraz Fontes é ex-delegado-geral de São Paulo e ficou conhecido por sua atuação contra a facção PCC (Primeiro Comando da Capital).
Baleado em uma emboscada enquanto saía da sede da Prefeitura de Praia Grande, Fontes chefiou a Polícia Civil paulista entre 2019 e 2022, após ser nomeado para o cargo de delegado-geral no então governo João Doria (na época, no PSDB).
Em 2006, ele foi o responsável por indiciar toda a cúpula do PCC, inclusive Marco Willians Herbas Camacho, o Marcola, antes de os bandidos serem isolados na Penitenciária 2 de Presidente Venceslau.
Em 2019, ele comandava a Delegacia-Geral quando Marcola e a cúpula do PCC foi transferida para presídios federais.
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