Líder da oposição no Senado critica uso político dos atos de 8 de janeiro pelo PT
Rogério Marinho afirmou que o país atravessa “momentos sombrios” e acusou o partido de omissão
Brasília|Victoria Lacerda, do R7, em Brasília
O líder da oposição no Senado, Rogério Marinho (PL-RN), criticou nesta quarta-feira (8) o Partido dos Trabalhadores (PT) pelo que considera uma tentativa de utilizar os atos de 8 de janeiro como bandeira política. Em nota oficial, Marinho afirmou que o país atravessa “momentos sombrios” e acusou o partido de omissão em questões como a liberdade de expressão.
“Quando sindicalistas e movimentos alinhados ao PT incendiaram ministérios, vandalizaram prédios públicos, feriram pessoas na Praça dos Três Poderes e provocaram até uma morte, essas ações foram minimizadas. Nenhum desses atos foi tratado como uma ameaça à democracia”, declarou o senador.
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Ele também criticou a forma como o governo lida com opositores: “Atualmente, quem discorda do governo ou questiona os abusos do Judiciário enfrenta prisão, perseguição e silenciamento, com a aplicação da lei de forma seletiva. A democracia, sob a tutela daqueles que detêm o poder momentaneamente, tornou-se relativa nas mãos de um governo que abraça ditadores e normaliza a corrupção.”
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Marinho concluiu destacando a necessidade de equilíbrio nas instituições: “Estamos vivendo um momento sombrio, marcado por inquéritos intermináveis e decisões arbitrárias que minam a confiança nas instituições. É hora de defender a liberdade, exigir igualdade perante a lei e resistir aos excessos de quem deveria proteger a democracia. O Brasil necessita de pacificação e da restauração da normalidade democrática, o que só será possível com uma justiça isenta e igual para todos.”
Relembre o 8 de Janeiro de 2023
Na manhã de 8 de janeiro de 2023, manifestantes que estavam em um acampamento no Setor Militar Urbano, em Brasília, seguiram em marcha para os prédios dos Três Poderes, na Esplanada dos Ministérios.
Às 8h20, a Abin (Agência Brasileira de Inteligência) já havia alertado sobre a chegada de centenas de ônibus a Brasília, trazendo manifestantes. À medida que a manhã avançava, novos alertas eram emitidos, e as forças de segurança, como a Polícia Militar do Distrito Federal, estavam cientes da ameaça iminente.
A invasão começou por volta das 13h e rapidamente se transformou em um ato de violência e destruição. O Congresso Nacional foi um dos primeiros alvos: os vândalos conseguiram subir a rampa e invadir o prédio, quebrando vidros, danificando móveis e equipamentos eletrônicos, incluindo computadores e sistemas de votação.
O STF (Supremo Tribunal Federal) também foi alvo da fúria dos invasores. A fachada do prédio foi destruída, e o edifício foi invadido, com danos em diversas áreas. O Palácio do Planalto também sofreu sérios danos. Portas, janelas e vidros foram quebrados, e o interior do prédio foi devastado pelos manifestantes.
As cenas de destruição chocaram o país, com os invasores danificando mobiliário, vitrais e até obras de arte importantes, como o vitral “Araguaia”, de Marianne Peretti, e as esculturas de Alfredo Ceschiatti.
A invasão durou várias horas, e os danos foram consideráveis. No entanto, a reação das autoridades começou a se intensificar com a chegada de reforços, como o Batalhão de Choque da Polícia Militar do DF e a Guarda Presidencial, que expulsaram os invasores.
Ao final do dia, o governo federal decretou intervenção na Segurança Pública do Distrito Federal e começou a prender os responsáveis pelos ataques. O evento culminou em um pedido de desculpas do governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha (MDB).