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Líder de grupo de ‘falso boleto’ é condenado a 53 anos de prisão

Justiça do DF condenou organização criminosa que aplicava o golpe do boleto fraudado em todo o país, tendo feito 20 mil vítimas

Brasília|Elijonas Maia, da RecordTV

Golpe do boleto falso
Golpe do boleto falso Golpe do boleto falso

O Tribunal de Justiça do Distrito Federal condenou a organização criminosa presa durante a Operação E-commerce, da Coordenação de Repressão a Fraudes (Corf), que aplicava o golpe do boleto fraudado em todo o país. O líder do grupo deve ficar 53 anos na cadeia. Nove pessoas foram presas, em junho de 2018, pela Polícia Civil, naquela que foi considerada a maior operação do ano.

João Batista Salvino Santos, apontado como o líder, foi condenado por organização criminosa, lavagem de dinheiro e estelionato tentado e consumado. Ele também deverá pagar R$ 200 mil de multa. Outros integrantes foram sentenciados a 46 anos, em média. A decisão é do juiz André Ferreira de Brito.

O delegado Rodrigo Carbone, responsável pela investigação à época, explica como o grupo aplicava o golpe do boleto falso. “Era um grupo muito organizado, que se dividia em fases. A primeira era rastrear boletos que empresas emitiam para clientes, através de um hacker. Depois, falsificavam o código de barras, adulterando os números, criavam perfis falsos em um site de vendas online e passavam a substituir os boletos de produtos para empresas fixas, fazendo com que as empresas pagassem os boletos falsos acreditando ser dos produtos que compraram”, informou ao R7.

Um restaurante renomado de Brasília foi uma das maiores vítimas. O estabelecimento comprava vinhos por meio de um site de vendas mensalmente. O grupo conseguiu rastrear o boleto para adulterar o código de barras. A quadrilha criava mais de 10 mil perfis falsos nesse site, escolhia produtos que queria (geralmente notebooks e celulares), pegava o código de barras dos produtos e o passava para o restaurante.

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O estabelecimento acreditava estar pagando pelos vinhos, mas, na verdade, com o boleto adulterado, pagava os computadores e smartphones para a quadrilha receber em casa. A investigação, então, conseguiu rastrear o grupo criminoso e o local onde recebiam os produtos comprados online. Era uma casa no Guará (DF).

Por dia, a quadrilha recebia cerca de 20 notebooks. A polícia descobriu também que o esquema era tão sofisticado que todos esses produtos eram revendidos com nota fiscal, de forma legal. O grupo também mantinha uma loja de roupas em Goiânia para lavar o dinheiro.

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Cerca de 20 mil pessoas foram vítimas da organização criminosa. A investigação de um ano da Corf apurou que o grupo movimentou R$ 12 milhões fruto de golpes, em diversos estados.

No dia da prisão da quadrilha, mais de 70 aparelhos foram apreendidos, além de 200 celulares, um caminhão de cerveja artesanal com 10 mil garrafas, R$ 300 mil em espécie debaixo da cama de um suspeito e dez carros de luxo. Uma fazenda e apartamentos foram sequestrados pela Justiça. Houve a informação, de um delator, de que havia R$ 2 milhões enterrados em uma mansão de Goiânia, mas esse dinheiro nunca foi encontrado.

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