Líder do governo diz que divisão da oposição fortalece Lula e cita prioridades para 2026
Para José Guimarães (PT - CE), conflito na família Bolsonaro e falta de liderança evidenciam racha na direita
Brasília|Do Estadão Conteúdo
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O líder do governo na Câmara dos Deputados, José Guimarães (PT-CE), disse que a direita está “sem bússola” desde a prisão do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), que o ex-mandatário “está certo” ao escolher o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) como seu pré-candidato ao Palácio do Planalto em 2026, que a divisão fortalece o PT e que a família está dando “contribuições” ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva com as movimentações dadas até então.
Em declaração neste sábado (6), Guimarães também definiu Rio de Janeiro, São Paulo e Minas Gerais como os estados cruciais para o PT na eleição de 2026.
“A divisão da direita fortalece o nosso campo. Com uma coisa dessas, Tarcísio vai deixar o governo de São Paulo? Acho difícil. Quem quer tudo termina sem nada?”, afirma. “Eles estão sem bússola com a prisão de Bolsonaro. Não tem uma liderança da direita que os unifique. Bolsonaro não quer protagonismo de Tarcísio.”
O deputado listou algumas das jogadas que, para ele, favoreceram Lula. “Lá (no Ceará) Michelle foi e deu uma grande contribuição” afirmou. Guimarães se refere ao episódio em que a ex-primeira-dama foi ao palanque do pré-candidato ao governo do estado Eduardo Girão (Novo) e fez críticas a Ciro Gomes (PSDB), também pré-candidato ao cargo, que tem aliança com o PL. André Fernandes, presidente do PL no Ceará, também foi alvo das críticas.
Esse episódio causou um embate público na família Bolsonaro. Flávio, o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) e o vereador Carlos Bolsonaro (PL-RJ), todos filhos do ex-presidente, saíram em defesa de André Fernandes e criticaram publicamente a madrasta.
Flávio teve de recuar nesta semana após conversar com Bolsonaro na cadeia e pediu desculpas a Michelle após chamá-la de “autoritária”.
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Para Guimarães, a escolha por Flávio era natural. “Eduardo não tem a menor chance, e Michelle é ‘vai para o lado e vai para o outro’. O mais centrado do ponto de vista deles é Flavio mesmo. Bolsonaro está certo. Vamos pegar o exemplo: Tarcísio ou Ratinho (Jr., governador do Paraná) é eleito, quem garante que eles vão fazer o que Bolsonaro quiser?”, questiona.
Guimarães passou o final de semana em Brasília para participar da reunião do Diretório Nacional do PT. Ele, que coordena o Grupo de Trabalho, falou das prioridades da legenda para o próximo ano.
“Temos duas linhas, cuidar do PT e fortalecer os palanques do Lula nos estados. E cuidado com PT significa que há uma tarefa emergencial: montar as chapas sobretudo de senadores e deputados federais. É fundamental buscarmos alterar a relação de força do Congresso Nacional sobre o Senado”, avalia.
A região Sudeste deverá ser a prioridade. “Tem três Estados que são decisivos: São Paulo, Rio e Minas”, ressalta. No Rio, a situação já está fechada. O PT lançará a deputada federal Benedita da Silva (PT-RJ) ao Senado e apoiará o prefeito da capital, Eduardo Paes (PSD) para o governo do Estado.
Nos outros dois estados, a situação é incerta. Em São Paulo, o PT poderá lançar o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, para a disputa pelo governo ou apoiar o vice-presidente, Geraldo Alckmin (PSB), para essa disputa. Em Minas Gerais, com a desistência do senador Rodrigo Pacheco (PSD), uma nova costura precisará ser feita.
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