Lira defende reforma administrativa e diz que governo terá que debater corte de despesas
O presidente da Câmara dos Deputados disse que a medida terá que ser debatida pelo governo em algum momento
Brasília|Hellen Leite, do R7, em Brasília
O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), afirmou nesta segunda-feira (21) que o governo federal terá que discutir como cortar gastos após a aprovação da reforma tributária. "Se não podemos aumentar impostos, temos que cortar despesas", disse. Lira disse ainda que uma proposta de emenda à Constituição (PEC) da reforma administrativa passou por comissões, está pronta para ser analisada no plenário e conta com "apoio interno e externo" para ser posta na pauta.
"Não quero colocar pressão em ninguém, mas temos que discutir despesas. Se não podemos aumentar impostos, temos que cortar as despesas. A Câmara tem uma PEC da reforma administrativa votada na comissão especial, e precisamos de todo apoio, interno e externo. O governo tem que se debruçar sobre esse tema em algum momento para que não possamos mexer no direito adquirido de ninguém, mas projetar um futuro em que as despesas estejam controladas", afirmou.
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A declaração ocorreu em um evento que debate a reforma tributária promovido pela Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), na sede da entidade, em São Paulo.
A proposta de reforma administrativa foi enviada pelo governo de Jair Bolsonaro (PL) ao Congresso, em setembro de 2020, e busca alterar as regras para os futuros servidores dos Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário da União, dos estados e dos municípios. A reforma é uma demanda de parte da classe política e de setores produtivos, que esperam que a PEC seja votada depois da análise da reforma tributária.
Por enquanto, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, não têm dado sinais de que vão priorizar o tema. A avaliação é que a pauta do segundo semestre do ano está suficientemente cheia.
Além disso, há outros temas de interesse do governo e que podem aumentar a arrecadação da União, como a taxação dos fundos de "super-ricos" e a discussão da medida provisória que prevê a taxação de rendimentos obtidos no exterior (offshore).