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Lira diz que não vai prorrogar CPIs; decisão abre espaço para investigar casos como a situação da 123milhas

Com a promessa feita aos líderes pelo presidente da Câmara, todas as comissões ativas atualmente vão ser encerradas em setembro

Brasília|Bruna Lima, do R7, em Brasília

Dono da 123Milhas foi ouvido na CPI das Pirâmides
Dono da 123Milhas foi ouvido na CPI das Pirâmides

As Comissões Parlamentares de Inquérito (CPIs) atualmente ativas na Câmara dos Deputados — Apostas Esportivas, Americanas, MST e Pirâmides Financeiras — têm prazo de funcionamento até setembro e não serão prorrogadas. Isso porque o presidente da Casa, Arthur Lira (PP-AL), avisou aos líderes partidários que não pretende estender os trabalhos. O objetivo é abrir espaço para investigar outros temas, como a situação da agência de viagens 123milhas.

Também funciona na Câmara a comissão mista para apurar as invasões extremistas que resultaram na depredação das sedes dos Três Poderes, em Brasília. A CPMI do 8 de Janeiro não terminará em setembro (confira a situação das comissões mais abaixo).

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Após o encerramento, a expectativa é de abertura de novas investigações. Já há sinalização positiva de Lira para apurar a situação da 123milhas. "O presidente foi muito receptivo com a demanda, destacou a importância dessa investigação por se tratar de um assunto quente que atingiu milhares de consumidores e a necessidade de o Legislativo dar uma resposta", destacou o deputado Duarte Jr. (PSB-MA).

O parlamentar é autor do requerimento para abrir a CPI da 123milhas. Já há, no momento, 172 assinaturas ao pedido de instalação do colegiado, número suficiente para garantir a leitura pelo presidente da Câmara. O foco é examinar ainda supostas irregularidades em outras empresas do setor de viagens.


A intenção de abrir a CPI é:

• resguardar os direitos dos consumidores;


• prevenir abusos e fraudes;

• assegurar transparência e responsabilidade por parte das empresas;

• reduzir prejuízos financeiros para consumidores e parceiros comerciais;

• identificar falhas sistêmicas que possam afetar múltiplas empresas no setor; e

• propor aprimoramentos na legislação e regulamentação.

Leia também

123milhas

A situação da 123milhas tem sido alvo de investigação da CPI das Pirâmides Financeiras. Na análise do presidente do colegiado, deputado Áureo Ribeiro (Solidariedade-RJ), há indícios de que a empresa realizou um esquema ilegal de pirâmide financeira.

O parlamentar citou a "promessa de retorno exorbitante" a partir de vendas de passagens aéreas muito abaixo do valor praticado no mercado, "necessidade de recrutamento contínuo" e publicidade intensa para viabilizar esse chamamento, além da falta do produto real. No entanto, a ideia é aprofundar as investigações com uma CPI própria.

Em 18 de agosto, a empresa suspendeu pacotes e passagens promocionais que seriam utilizados entre setembro e dezembro pelos clientes da companhia. Dias depois, entrou com pedido de recuperação judicial

Em depoimento à CPI das Pirâmides, o sócio e administrador da 123milhas, Ramiro Madureira, pediu desculpa aos consumidores e prometeu ressarcir os clientes prejudicados a partir de uma solução junto aos órgãos públicos e à Justiça. Ele também negou ilicitude da empresa.

Sobre a linha promocional suspensa, Madureira explicou que havia estudos consistentes que indicavam a sustentabilidade do modelo. "Acreditávamos que o custo diminuiria com o tempo, à medida que ganhávamos eficiência na tecnologia de operação e que o mercado de aviação fosse se recuperando dos efeitos da pandemia", disse.

No entanto, ele declarou que o efeito foi oposto e que o mercado "tem se comportado permanentemente como se estivesse em alta temporada, e isso abalou os fundamentos".

Situação das CPIs

Na CPI das Americanas, o relatório final é acompanhado de quatro projetos de lei para combater a corrupção nas empresas e melhorar a governança. Não há, no entanto, indiciamento a possíveis responsáveis pela fraude das Americanas.

"Entendi que seria inconsequente neste momento acusar uma ou outra pessoa em especial. Então, esse trabalho fica para o Ministério Público Federal, fica para a Polícia Federal, e com o surgimento diário de novos fatos, logo teremos aí os responsáveis sendo incriminados", afirmou o relator, deputado Carlos Chiodini (MDB-SC).

A sugestão de propostas também deve fazer parte dos relatórios das CPIs das Apostas e das Pirâmides Financeiras. No caso das pirâmides, a ideia é propor a necessidade de separar recursos de clientes do patrimônio empresarial e responsabilizar figuras públicas que promovam esquemas fraudulentos.

Leia mais:CPI do MST é cancelada nesta segunda após Barroso suspender depoimentos

No caso da CPI do MST, o relatório final tem data para ser apresentado em 14 de setembro. O presidente da comissão, deputado Zucco (Republicanos-RS), ordenou o encerramento das atividades até lá.

Na última semana, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Luís Roberto Barroso suspendeu os depoimentos de dois servidores do Instituto de Terras e Reforma Agrária de Alagoas (Iteral) agendados para a CPI do MST.

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