Lula compara agressores do ministro Alexandre de Moraes a 'animais selvagens'
Ministro do Supremo Tribunal Federal foi hostilizado no aeroporto de Roma na sexta (14); caso é investigado pela PF
Brasília|Hellen Leite, do R7, em Brasília
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) criticou nesta quarta-feira (19) os supostos agressores do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre Moraes e os comparou a “animais selvagens”. A declaração foi feita em entrevista coletiva em Bruxelas, na Bélgica, onde Lula participa da cúpula que reúne países da Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac) e da União Europeia (UE).
"Um cidadão desse é um animal selvagem, não é um ser humano", disse o presidente. Ele também declarou que é preciso "punir severamente o cidadão que agrediu" Moraes no aeroporto de Roma.
Essa gente que renasceu no neofascismo%2C colocado em prática no Brasil%2C tem que ser extirpada%2C e nós vamos ser muito duros com essa gente%2C para eles aprenderem a ser civilizados.
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Na sexta-feira (14), Moraes esteve na Itália com a família para uma palestra na Universidade de Siena, no Fórum Internacional de Direito. Brasileiros hostilizaram o ministro no aeroporto de Roma, chamando-o de comunista, e um deles teria agredido fisicamente o filho de Moraes. O ministro conduziu o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) durante as eleições de 2022 e é relator dos inquéritos sobre os ataques de 8 de janeiro.
Ao menos três pessoas são investigadas pela Polícia Federal. Eles prestaram depoimento à corporação durante a semana.
Reforma ministerial
Lula também comentou que tem interesse em trazer partidos do centrão para a base aliada do governo. No entanto, negou a possibilidade de deslocar o ministro da Casa Civil, Rui Costa, para a presidência da Petrobras, como forma de abrir espaço para o PL e Republicanos na Esplanada. "Não existe. Estou te dizendo com todas as palavras, não existe a possibilidade", disse.
O presidente pediu calma nas negociações aos líderes partidários, para que seja construído um acordo "maduro, que seja duradouro". "Quem discute ministro é o presidente da República, não é o partido que pede ministério", afirmou Lula.
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"No momento adequado, quando terminarem as férias dos deputados, sem a pressa dos líderes, mas com a tranquilidade de quem tem a responsabilidade de presidir um país importante como o Brasil, eu chamarei as pessoas para conversar. Então, vou oferecer aquilo que acho que é necessário oferecer para construir a tranquilidade no Congresso Nacional que nós precisamos."
Lula disse que abrirá diálogo "com todas as forças políticas" para fazer as "mudanças legislativas que o Brasil precisa".