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R7 Brasília

Lula defende financiamento do BNDES a países alvo da Lava Jato

A declaração foi dada nesta segunda-feira (23) durante encontro com o presidente argentino, Alberto Fernández, em Buenos Aires

Brasília|Do R7, em Brasília

Janja Silva e Lula durante reunião com Alberto Fernández e a esposa, Fabiola Yáñez
Janja Silva e Lula durante reunião com Alberto Fernández e a esposa, Fabiola Yáñez

O presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, disse que "fará um esforço" para que o BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) volte a financiar projetos de países vizinhos. No passado, o banco financiou construtoras brasileiras em países da América Latina e África que foram foco de investigações anticorrupção na operação Lava Jato. Lula deu a declaração durante um encontro com o presidente argentino, Alberto Fernández, em Buenos Aires. Os dois participaram de uma agenda com empresários dos dois países.

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Segundo Lula, esta segunda-feira marca o dia da retomada de uma relação "que jamais deveria ter sido truncada". "É assim que países maiores têm que fazer, ajudar países com menos condições. Se temos um banco para isso, vamos criar condições para fazer o financiamento para ajudar o gasoduto. Acho que pode e é necessário que o Brasil ajude no financiamento para outros países. É isso que vamos fazer dentro das condições econômicas do nosso país", declarou Lula.

Vaca Muerta

Interessado em financiamento do BNDES para exportar gás de xisto da região de Vaca Muerta, na Argentina, para o Brasil, o presidente argentino, Alberto Fernández, afirmou nesta segunda-feira que seu país tem "inveja" do banco público brasileiro. "Eu não sei o que acontece no Brasil, mas aqui na Argentina nós só temos inveja do BNDES. É uma ferramenta de crescimento sensacional que soube ser aproveitada durante longos anos", declarou o líder estrangeiro após encontro com o presidente Lula.

Segundo Fernández, ele e Lula têm a mesma visão sobre o papel dos bancos públicos. "Temos que licitar imediatamente a segunda parte do gasoduto para aproveitar a inércia da construção da primeira etapa e tratar rapidamente de chegar a esse ponto de união e transpassar o gás de que o Brasil precisa. E mais quando os dois países estão sofrendo a declinação na produção de gás da Bolívia", disse Fernández. "A decisão de que o BNDES faça financiamentos está nas mãos do Brasil", acrescentou.


Inadimplência

A afirmação do presidente Lula vai ao encontro de empréstimos do BNDES anteriores feitos em favor de Cuba e da Venezuela. Empréstimos concedidos pela instituição para a execução de obras nos dois países durante os governos Lula e Dilma atingiram R$ 10,9 bilhões.

Entre 2007 e 2015, durante os governos do PT, Venezuela e Cuba receberam do BNDES R$ 11 bilhões em empréstimos.


Apesar das condições facilitadas, a partir de janeiro de 2018, houve inadimplência nos pagamentos dos dois países, e o banco acabou acionando o seguro do FGE (Fundo de Garantia à Exportação), uma medida para cobrir calotes em operações de empresas nacionais fora do país. A dívida de Cuba e da Venezuela com o BNDES é de cerca de R$ 3,539 bilhões (US$ 682 milhões).

Os contratos de financiamento foram realizados para obras do Estaleiro Astialba, Metrô Caracas/Los Teques, projeto de saneamento e Siderúrgica Nacional.

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