Lula deve se reunir com Celso Amorim ainda nesta terça para discutir eleições na Venezuela
Assessor especial do presidente acompanhou as eleições no país vizinho e retornou ao Brasil na tarde desta terça
Brasília|Caroline Aguiar, da RECORD, e Ana Isabel Mansur, do R7 em Brasília
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva deve se reunir ainda nesta terça-feira (30) com seu assessor especial para assuntos internacionais, Celso Amorim. A expectativa é que Amorim, que foi à Venezuela acompanhar as eleições de domingo (28), apresente ao presidente as impressões a respeito do cenário político no país vizinho. O assessor voltou de Caracas na tarde desta terça (30). A reunião deve ocorrer no Palácio do Planalto.
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Mais cedo, Lula conversou por telefone com o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, sobre a situação na Venezuela. A ligação, feita no Palácio da Alvorada, foi acompanhada pelo ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira. Amorim não voltou da Venezuela a tempo de participar do encontro.
Biden e Lula conversaram por telefone por cerca de 30 minutos. O petista defendeu a publicação dos dados das urnas, afirmação que recebeu o apoio do norte-americano. O governo brasileiro ainda não reconheceu oficialmente a reeleição de Nicolás Maduro.
Lula também destacou ao presidente dos EUA que o Brasil tem trabalhado para a retomada da normalidade no cenário político da Venezuela. O petista afirmou a Biden que acompanha “permanentemente” o processo eleitoral venezuelano por meio de Celso Amorim.
O presidente brasileiro informou ao titular da Casa Branca que Amorim se reuniu com Maduro e com o candidato da oposição, Edmundo González, que contesta os resultados proclamados pelo CNE (Conselho Nacional Eleitoral), com acusações de fraude. Países como Estados Unidos, Argentina e Chile também não reconheceram a vitória de Maduro.
Lula defendeu, ainda, que a normalização do processo político na Venezuela terá efeitos positivos para toda a América Latina.
Biden agradece Lula por liderança
De acordo com a Casa Branca, Biden agradeceu Lula pela liderança na região e os dois presidentes reafirmaram a necessidade da publicação das atas das eleições. “Os dois líderes partilharam a perspectiva de que o resultado das eleições venezuelanas representa um momento crítico para a democracia no hemisfério e comprometeram-se a permanecer em estreita coordenação sobre a questão”, escreveu, em comunicado, o governo dos EUA.
Segundo o texto, os presidentes também se comprometeram a aprofundar a cooperação entre os dois países na aceleração da transição para as energias limpas e a continuar a promover a Parceria para os Direitos dos Trabalhadores, lançada em conjunto à margem da Assembleia Geral das Nações Unidas do ano passado para capacitar os trabalhadores.