Lula discute com diretora do FMI 'necessidade da reforma' da instituição e combate à pobreza
Presidente recebeu Kristalina Georgieva e, na sequência, o diretor do Banco Asiático de Investimento em Infraestrutura
Brasília|Plínio Aguiar, do R7, em Brasília
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva se reuniu nesta segunda-feira (4) com a diretora-geral do Fundo Monetário Internacional (FMI), Kristalina Georgieva. Na pauta, a redução da pobreza mundial e a reforma da instituição. Depois, o petista recebeu o diretor do Banco Asiático de Investimento em Infraestrutura, Jin Liqun, e discutiu possíveis investimentos no país em obras de infraestrutura.
"Boa conversa com a diretora-geral do FMI, Kristalina Georgieva, sobre desenvolvimento com inclusão social e a retomada da redução da pobreza no mundo. Também falamos da necessária reforma do FMI, para termos um Fundo Monetário Internacional mais representativo do mundo atual e capaz de ajudar os países que precisam recorrer ao FMI em melhores condições", escreveu Lula nas redes sociais.
A reforma de instituições multilaterais, como o FMI, é uma pauta defendida por Lula desde seu retorno ao Palácio do Planalto. Ambas as agendas contaram com a participação do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e com a ex-presidente brasileira e atual chefe do Novo Banco de Desenvolvimento (NBD), Dilma Rousseff. Os compromissos foram realizados no Palácio do Planalto, em Brasília.
Lula se reuniu com o diretor do Banco Asiático de Investimento em Infraestrutura, Jin Liqun, que falou com jornalistas após o encontro. "Até agora, realizamos projetos que não são muito grandes, mas se houver um grande projeto de infraestrutura, como uma ferrovia, que seja importante para o país, ou se houver projetos de conectividade indo para o oeste para alcançar o Pacífico, isso não é um problema para nós. Ficaremos mais do que felizes em fornecer financiamento para projetos de grande porte", disse o chinês.
Por enquanto, nada está fechado. O diretor do banco asiático falou em investimentos em diversas obras, como estradas, ferrovias, portos, aeroportos e energias renováveis e contra a mudança do clima. "Nosso trabalho é ouvir e entender o que vocês querem que este banco faça por vocês", destacou Liqun.
A reunião entre Lula e a diretora-geral do FMI ocorre ainda após críticas do petista ao organismo. O brasileiro afirmou diversas vezes que a entidade iria errar todas as previsões do Produto Interno Bruto (PIB) — soma de todos os bens e serviços finais produzidos — do Brasil, uma vez que o Estado iria crescer mais do que o previsto. "O mundo vai se surpreender com o Brasil. O FMI vai errar as previsões, porque o país vai crescer mais do que eles tinham previsto", declarou o petista.
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A economia brasileira cresceu 2,9% em 2023, impulsionada pelo resultado recorde da agropecuária, setor que teve alta de 15% na comparação com o ano retrasado. Os dados foram divulgados pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Em valores finais, o PIB produziu R$ 10,9 trilhões no ano passado, acima dos R$ 9,9 trilhões de 2022.
Já o PIB per capita alcançou R$ 50.194, um avanço, em termos reais, de 2,2% em relação a 2022. Trata-se de uma média de geração de riquezas por pessoas no Brasil, a partir de tudo o que é produzido no país em todos os setores da economia. Os dados colocaram o país em 6º lugar em um ranking com nações do G20, grupo que reúne as principais economias do mundo. O crescimento do Brasil ficou à frente dos Estados Unidos e da França e atrás de países emergentes, como China, Índia e México.
Lula comemorou a alta do índice. "O PIB do Brasil cresceu 2,9% em 2023, segundo o IBGE. Vocês lembram que a previsão de alguns era 0,9%? Crescemos bem mais que o previsto e vamos continuar trabalhando para crescer com qualidade e pela melhora de vida de todos", escreveu o presidente. Diferentes organismos apontavam para um crescimento da economia brasileira menor do que o registrado pelo instituto.