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Lula dispensa aliados de Bolsonaro da Comissão de Ética Pública

Foram substituídos membros que haviam sido nomeados pelo ex-presidente pouco antes do fim do mandato

Brasília|Carlos Eduardo Bafutto, do R7, em Brasília

Presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, durante reunião no Palácio do Planalto, em Brasília
Presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, durante reunião no Palácio do Planalto, em Brasília

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) dispensou três integrantes da Comissão de Ética Pública da Presidência da República nomeados pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). O decreto foi publicado no Diário Oficial da União desta terça-feira (7). Os dispensados são Fábio Pietro de Souza, Célio Faria Júnior e João Henrique Nascimento de Freitas. Os dois últimos tinham sido nomeados em 18 de novembro, pouco mais de um mês antes do fim do mandato do ex-presidente.

João Henrique de Freitas foi assessor-chefe da Assessoria Especial de Bolsonaro. Ele foi presidente da Comissão de Anistia e também colaborou na campanha de reeleição do ex-presidente. Célio Faria Júnior é servidor público federal. Foi ministro da Secretaria de Governo de Bolsonaro. Já Fábio Pietro de Souza foi desembargador federal no Tribunal Regional Federal da 3ª Região (TRF-3) e foi integrante do Ministério Público do Estado de São Paulo. 

Entram nos cargos Bruno Espiñeira Lemos, ex-integrante do grupo de Transparência, Integridade e Controle, da equipe de transição de governo; Kenarik Boujikian, desembargadora aposentada do TJ-SP; e Manoel Caetano Ferreira Filho, ex-procurador que ficou conhecido por visitar Lula com frequência durante o tempo em que o presidente estava preso em São Paulo. 

Comissão de Ética Pública da Presidência

Integrada por sete membros, para um mandato de três anos, a Comissão de Ética Pública é um órgão consultivo da cúpula do Poder Executivo que presta orientações sobre conflitos de interesse em casos de condutas que ferem o Código de Conduta da Alta Administração Federal. O trabalho na comissão não é remunerado, sendo considerado “prestação de relevante serviço público”.


Entre as atribuições do colegiado, está a avaliação de conflitos de interesse entre membros do primeiro escalão do governo federal. Recentemente, a comissão autorizou ministros de Bolsonaro a exercer atividades em empresas privadas que têm relação com os ministérios em que atuaram. Foram dispensados da quarentena de seis meses três titulares do primeiro escalão.

Outros dez ministros ganharam o direito a “remuneração compensatória” por seis meses, mecanismo usado para evitar conflitos de interesse entre a administração pública e a iniciativa privada. No entanto, esses ministros não apresentaram propostas de emprego que pudessem configurar conflito.

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