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Lula diz que apoia soberania do Panamá sobre canal marítimo de interesse de Trump

Brasileiro defendeu autonomia do país e voltou a falar sobre o Fundo Floresta Tropical para Sempre que será lançado em novembro

Brasília|Edis Henrique Peres, do R7, em BrasíliaOpens in new window

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LEIA AQUI O RESUMO DA NOTÍCIA

  • Lula reafirma apoio à soberania do Panamá sobre o canal marítimo, em resposta a interesses de Trump.
  • O presidente brasileiro destaca a importância da autodeterminação e o oposição a ingerências externas.
  • Brasil e Panamá assinam acordos para fortalecer cooperação econômica e segurança alimentar.
  • Lula menciona a necessidade de um aumento no financiamento da ONU para a segurança no Haiti.

Produzido pela Ri7a - a Inteligência Artificial do R7

Lula recebeu o presidente do Panamá, José Raúl Mulino, no Palácio do Planalto Ricardo Stuckert / PR - 28.08.2025

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) deu uma declaração nesta quinta-feira (28) em apoio a autonomia do Panamá sobre o canal marítimo latino, alvo de interesse do presidente norte-americano, Donald Trump (entenda abaixo). Lula definiu que o país vive “um dos momentos mais críticos da história da região”.

“Tentativas de restaurar antigas hegemonias colocam em choque a liberdade e autodeterminação dos nossos povos. A ameaça de ingerências pressiona instituições democráticas e compromete a construção de um continente integrado, desenvolvido e autônomo. O comércio internacional é utilizado como instrumentos de coação e chantagem”, declarou Lula, sem citar o presidente norte-americano diretamente.


Lula acrescentou que o Brasil apoia integralmente a soberania do Panamá sobre o canal. “Há mais de 25 anos o país administra o corredor marítimo com eficiência e respeito à neutralidade, garantindo o trânsito seguro a navios de todas as origens. Por isso, decidimos nos somar ao tratado relativo à neutralidade permanente e ao funcionamento do canal do Panamá, já subscrito por mais de 40 países”, disse.

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As declarações foram dadas após reunião bilateral do mandatário com o presidente do Panamá, José Raúl Mulino, no Palácio do Planalto, em Brasília. Na ocasião, Lula também disse que o Brasil e o Panamá são “defensores do multilateralismo e da solução pacífica de controvérsias”.


O presidente brasileiro garantiu que o país caribenho pode contar com o apoio do Brasil na missão de preservar a região como zona de paz e livre de armas nucleares.

“O combate ao crime organizado não pode servir de pretexto para ameaças ilegais de uso de força e violação à Carta das Nações Unidas”, mencionou.


Lula ainda afirmou ter conversado com Mulino sobre a importância da ONU (Organização das Nações Unidas) aumentar o financiamento para a missão de segurança no Haiti.

Meio Ambiente

Além disso, o chefe do Palácio do Planalto reforçou o convite a Mulino para a COP30, em novembro, em Belém (PA), e citou que o país do Caribe é responsável por imensa biodiversidade e, assim como o Brasil, “merece ser remunerado pelos serviços ambientais que prestam ao planeta”.


O comentário foi feito por Lula em defesa ao Fundo Floresta Tropical para Sempre, que será lançado pelo governo brasileiro na COP30.

Os dois países assinaram acordos de entendimento para estudo de novas rotas para o transporte marítimo brasileiro e memorando de entendimento para a cooperação do desenvolvimento agrícola e pecuário em prol da segurança alimentar.

Lula também adiantou que há outras negociações em andamento: uma de acordo de livre comércio e também de parceria com a Fiocruz para ampliar a capacidade do país caribenho na produção de vacinas.

Para o petista, o Panamá é o “principal centro logístico da América Latina e Caribe, que apoia o desenvolvimento sustentável e a integração regional”.

Logo após declaração à imprensa, Lula e Mulino seguiram para o Palácio do Itamaraty, sede do Ministério das Relações Exteriores, para um almoço oficial.

Interesse de Trump

Em seu primeiro discurso como presidente empossado dos EUA nesta segunda-feira, Trump voltou a afirmar que vai mudar o nome do Golfo do México e retomar o controle do Canal do Panamá.

“Vamos mudar para Golfo da América e vamos restaurar o nome de um grande presidente, William McKinley. [...] O presidente McKinley fez o nosso país muito rico, através de tarifas e talento. Ele era um homem de negócios natural e deu a Roosevelt o dinheiro para muitas das grandes obras que fez, incluindo o Canal do Panamá”, disse.

O republicano ainda citou uma quebra de promessa do Panamá, a quem o Canal teria sido “dado”. “A ideia do nosso trato foi violada, e os navios e embarcações americanas estão sendo supercobrados e não tratados de maneira justa”, declarou.

Visitas de Estado

Esta é a segunda visita de um chefe de Estado estrangeiro ao Brasil nesta semana, em meio ao tarifaço. Desde então, o governo federal atua para ampliar as parcerias com outros países e abrir mercados a itens produzidos pelo Brasil.

Na última segunda-feira (25), Lula recebeu o presidente da Nigéria, Bola Tinubu. Ao lado do nigeriano, o petista falou sobre o crescimento das relações comerciais entre os dois países e defendeu o multilateralismo — dessa vez, sem citar o presidente dos EUA.

Neste ano, Nigéria e Brasil comemoram 65 anos de relacionamento bilateral. O Brasil foi o único país sul-americano convidado ao evento de proclamação da independência da Nigéria, em 1º de outubro de 1960.

A nação, no ano passado, foi a quarta maior parceira comercial do Brasil na África, com fluxo comercial de US$ 2 bilhões — um crescimento de 20% com relação a 2023.

Segundo dados do governo federal, o Brasil exporta principalmente açúcares e melaços (74%). As importações, por outro lado, são concentradas em fertilizantes (48%) e petróleo e derivados (48%).

Veja os principais acordos assinados entre Brasil e Nigéria:

  • Acordo de cooperação de serviços aéreos;
  • Acordo de cooperação na formação de diplomatas;
  • Memorando de entendimento para consultas políticas, relações bilaterais e questões nacionais e internacionais e
  • Acordo de cooperação em ciência e tecnologia para desenvolvimento de biotecnologia, bioeconomia e transformação digital.

Perguntas e Respostas

Qual foi a declaração de Lula sobre a soberania do Panamá?

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva declarou apoio à autonomia do Panamá sobre o canal marítimo, destacando que o país vive um momento crítico na história da região. Ele afirmou que o Brasil apoia integralmente a soberania do Panamá, que administra o canal com eficiência e respeito à neutralidade, garantindo o trânsito seguro a navios de todas as origens.

O que Lula mencionou sobre as tentativas de ingerência externa?

Lula mencionou que tentativas de restaurar antigas hegemonias colocam em choque a liberdade e autodeterminação dos povos. Ele destacou que a ameaça de ingerências pressiona instituições democráticas e compromete a construção de um continente integrado e autônomo, além de afirmar que o comércio internacional é utilizado como instrumento de coação e chantagem.

Quais foram os principais pontos discutidos na reunião entre Lula e o presidente do Panamá?

Na reunião com o presidente do Panamá, José Raúl Mulino, Lula destacou a importância do multilateralismo e da solução pacífica de controvérsias. Ele também garantiu apoio do Brasil para preservar a região como zona de paz e livre de armas nucleares, além de discutir o aumento do financiamento da ONU para a missão de segurança no Haiti.

O que é o Fundo Floresta Tropical para Sempre mencionado por Lula?

O Fundo Floresta Tropical para Sempre será lançado pelo governo brasileiro na COP30, em novembro, e visa remunerar países como o Panamá, que possuem imensa biodiversidade e prestam serviços ambientais ao planeta.

Quais acordos foram assinados entre Brasil e Panamá?

Os dois países assinaram acordos de entendimento para estudar novas rotas para o transporte marítimo brasileiro e um memorando de entendimento para a cooperação no desenvolvimento agrícola e pecuário, visando a segurança alimentar.

O que Lula disse sobre o Panamá em relação à logística na América Latina?

Lula afirmou que o Panamá é o principal centro logístico da América Latina e Caribe, apoiando o desenvolvimento sustentável e a integração regional.

Qual foi a reação de Donald Trump em relação ao Canal do Panamá?

Em seu primeiro discurso como presidente dos EUA, Donald Trump afirmou que pretende mudar o nome do Golfo do México e retomar o controle do Canal do Panamá, alegando que o trato feito com o Panamá foi violado e que os navios americanos estão sendo supercobrados.

Como o Brasil tem buscado ampliar suas parcerias internacionais?

O governo brasileiro tem atuado para ampliar parcerias com outros países e abrir mercados para produtos brasileiros, como demonstrado na recente visita do presidente da Nigéria, Bola Tinubu, onde Lula falou sobre o crescimento das relações comerciais entre os dois países.

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