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R7 Brasília

Lula diz que debateu com presidente da Colômbia ‘saída política’ para a Venezuela

Países têm iniciativa conjunta em defesa da transparência nas eleições venezuelanas; México se afastou de discussões

Brasília|Ana Isabel Mansur, do R7, em Brasília

Lula e Petro conversaram nesta quarta (14) Ricardo Stuckert/Presidência da República - 17.4.2024

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva declarou nesta quarta-feira (14) que conversou por telefone com o presidente da Colômbia, Gustavo Petro, para “tentar encontrar uma saída política” para a Venezuela. O país vizinho enfrenta uma crise depois das eleições contestadas de 28 de julho. A ligação ocorreu um dia depois de o presidente do México, López Obrador, se afastar da iniciativa conjunta dos três países de tentar mediar o conflito entre o presidente venezuelano, Nicolás Maduro, e o candidato da oposição Edmundo González. Lula telefonou para Petro mais cedo nesta quarta (14).

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“Peço desculpa a vocês que eu demorei, porque eu estava num telefonema com a Colômbia, tentando ver se a gente encontra uma saída política para o problema da Venezuela, para ver se a gente reestabelece a tranquilidade democrática naquele país, por isso demorei”, afirmou o petista em um evento com o setor industrial no Palácio do Planalto.

Brasil, Colômbia e México emitiram, nas últimas semanas, dois comunicados em defesa da transparência das eleições na nação vizinha e pediram a divulgação das atas eleitorais, com os dados completas das urnas. As autoridades venezuelanas ainda não apresentaram as informações. A primeira nota conjunta é de 1º de agosto, quatro dias depois das eleições venezuelanas, e o segundo texto foi divulgado na última quinta (8).

Nessa terça, em coletiva de imprensa, o presidente mexicano afirmou que vai esperar uma decisão da Justiça da Venezuela a respeito do impasse no pleito. A oposição venezuelana foi representada em 28 de julho por González — que se autodeclarou vencedor das eleições na segunda-feira (5) da semana passada. Ele diz ter recebido ao menos 70% dos votos.


O CNE (Conselho Nacional Eleitoral), órgão venezuelano responsável pelo pleito, proclamou a reeleição de Maduro no dia seguinte à votação. No entanto, como as autoridades da Venezuela não apresentaram as atas das eleições, o resultado não é aceito por parte da comunidade internacional nem pela oposição ao chavista.

Até o momento, o Brasil não negou nem aceitou a reeleição de Maduro. Não há consenso na América Latina sobre as eleições venezuelanas. Há, no continente, ao menos três opiniões — algumas nações já aceitaram a suposta reeleição de Maduro, como Bolívia e Cuba; outras já negaram, como Argentina, Chile, Paraguai e Peru; ainda, um terceiro grupo não nega nem aceita a vitória do chavista, como Brasil, Colômbia e México.

Embora Lula tenha declarado que não há nada “anormal” nem “grave” no processo eleitoral do país vizinho, a posição oficial do Executivo é de não endossar nem refutar a reeleição de Maduro enquanto as autoridades venezuelanas não divulgarem as informações das atas.

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