Lula diz que Putin e Zelensky precisam ter 'humildade' para cessar guerra
Presidente afirmou que vai discutir o conflito em reunião ainda neste mês com líderes do Brics e defendeu posição neutra do Brasil
Brasília|Augusto Fernandes, do R7, em Brasília
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) disse nesta segunda-feira (14) que os presidentes da Rússia, Vladimir Putin, e da Ucrânia, Volodmir Zelensky, precisam ter “humildade” para buscar um acordo que permita o fim da guerra que envolve os dois países. Lula afirmou que, “por enquanto, os dois acham que vão ganhar a guerra”.
Em live nas redes sociais, o presidente disse que vai tratar do assunto neste mês durante reunião da cúpula do Brics, grupo formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul. Segundo ele, é preciso discutir a questão da paz.
“Não é possível que a gente não discuta. Não é possível que não haja um momento em que Rússia e Ucrânia se sentem para conversar e parem de se matar. É uma guerra que só destrói aquilo que demorou anos para ser construído. É preciso encontrar um caminho, qual é o denominador comum para a gente parar essa guerra. Possivelmente, só os dois [Putin e Zelensky] tenham, e, quando os dois tiverem humildade de querer conversar, vai se encontrar uma solução”, afirmou Lula.
O presidente defendeu a posição de neutralidade do Brasil em relação ao conflito. Ele criticou o valor que já foi gasto por causa da guerra, que, segundo ele, é de ao menos US$ 2 trilhões.
“Esse dinheiro poderia estar servindo para gerar emprego, para plantar produtos agrícolas, para matar a fome de 735 milhões de pessoas que passam fome todo dia. É apenas fazer reversão do comportamento atual. O mundo não precisa de guerra, o mundo não comporta guerra. A guerra não ajuda, a guerra destrói, causa prejuízo. A gente nunca mais vai recuperar os seres humanos que morreram. Isso é uma razão para a gente parar a guerra”, afirmou.
“E quanto vai custar reconstruir? Além de você gastar produzindo arma, mandando soldado para a luta e tudo que se gasta [na guerra], quanto é que vai se gastar para reconstruir o que foi destruído? É uma coisa insensata, desumana. Por isso, acho que o Brasil tem que manter sua posição de não ter contencioso internacional com ninguém. Aqui, nós queremos ter paz”, concluiu.