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Lula diz que Trump estava com ‘cara muito agradável e simpática’ em breve encontro

Apesar de afagos, petista criticou indiretamente políticas ambientais do republicano; eles se encontraram na ONU nessa terça

Brasília|Ana Isabel Mansur, do R7, em Brasília

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LEIA AQUI O RESUMO DA NOTÍCIA

  • Lula elogiou Trump durante encontro na ONU, descrevendo-o como simpático e agradável.
  • Os dois devem se encontrar novamente para discutir diversos assuntos, sem restrições de temas.
  • Apesar dos elogios, Lula criticou indiretamente as políticas ambientais dos EUA e a falta de ações no combate às mudanças climáticas.
  • A postura unilateral de Trump em relação ao Acordo de Paris foi alvo de críticas do presidente brasileiro.

Produzido pela Ri7a - a Inteligência Artificial do R7

Lula não descartou encontro com Trump ser presencial Ricardo Stuckert/Presidência da República - 24.9.2025

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva elogiou nesta quarta-feira (24) o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. Os dois líderes tiveram breve encontro nessa terça (23), durante Assembleia Geral da ONU (Organização das Nações Unidas), em Nova York, nos EUA.

Eles devem conversar oficialmente na próxima semana. É possível que o diálogo seja por telefone ou videoconferência, como apurou o R7. No entanto, Lula não descarta a possibilidade de o encontro ser presencial (leia mais abaixo).


“Fui surpreendido, porque já estive ali [atrás do púlpito da ONU, na preparação para os discursos] outras vezes e não encontrei sempre com presidente. E era normal não encontrar com presidente. Fui surpreendido, porque tinha acabado meu discurso, estava saindo. Ia pegar minhas papeletas, quando Trump veio para o meu lado com uma cara muito simpática, muito agradável. E eu acho que pintou uma química mesmo”, relatou Lula, durante coletiva de imprensa em Nova York.

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Após o encontro, Trump também elogiou o petista e afirmou que eles tiveram “uma química excelente”.


O “esbarrão” ocorreu entre o fim do discurso de Lula e o início da intervenção do republicano. Historicamente, o Brasil é o primeiro a falar na assembleia da ONU. Logo em seguida, é a vez dos EUA, o país anfitrião.

“Acho que foi uma surpresa boa e acho que a gente deve continuar [as conversas]”, continuou Lula. “Eu nunca coloco na mesa as coisas que tenho divergência. Agora, as coisas que entendemos que são razoáveis temos que colocar na mesa [de discussão]. Digo que a questão da democracia e da soberania brasileiras são inegociáveis, como são inegociáveis em qualquer país do mundo”, opinou.


Encontro presencial?

Lula comentou, ainda, a possibilidade de o encontro ser presencial. O petista, contudo, retorna ao Brasil ainda nesta quarta, com previsão de chegada a Brasília nesta quinta (25).

“Por mim, pode ser [presencial], aí temos que discutir como é a reunião. Como a gente não vai discutir nenhum segredo de Estado, por mim pode ser pública”, afirmou.


“Se eu criar em vocês [jornalistas] uma expectativa que estaria voltando aqui [aos EUA] semana que vem e não acontecer, vocês vão ficar frustrados. Então, eu prefiro, regressando ao Brasil, colocar meu pessoal para trabalhar com o pessoal do Trump e ver quando a gente marca isso. Não tem pressa, não precisa ser amanhã ou depois de amanhã. Vai ser quando ele achar que deva conversar. É como eu disse, estou disposto a conversar”, completou Lula.

O presidente declarou que não há restrição de assuntos a serem discutidos com Trump. “Estendi a mão para ele, cumprimentei e disse para ele que Brasil e EUA têm muito o que conversar. Há muitos assuntos em jogo, não tem veto de assunto, é qualquer assunto. Mas, para isso, tem que ter conversa“, afirmou, ao defender que é preciso debater ”com base em dados verdadeiros, em coisas verdadeiras".

Para Lula, o tarifaço de 50% imposto por Trump a produtos brasileiros ocorreu devido à “qualidade de informações que ele tinha sobre o Brasil”.

Críticas

Apesar dos afagos, mais cedo nesta quarta, o brasileiro voltou a alfinetar o americano.

Em discurso na sessão de abertura do evento sobre clima para chefes de Estado e de Governo, que ocorre às margens da conferência principal da ONU, Lula não citou Trump nominalmente, mas criticou o “unilateralismo” e a não apresentação de metas climáticas por parte da gestão americana.

“Hoje, os países aqui reunidos estão cumprindo seu dever. Mas há outros que ainda não o fizeram”, declarou o brasileiro, ao destacar o Acordo de Paris e as NDCs (Contribuições Nacionalmente Determinadas, na sigla em inglês).

Assim como fez no primeiro mandato, Trump retirou os EUA do Acordo de Paris, em janeiro deste ano. Considerado um dos mais importantes tratados em relação às mudanças climáticas, o texto, firmado em 2015, estabelece como principal meta limitar o aumento da temperatura média global a 1,5°C ou abaixo de 2°C em relação aos níveis pré-industriais.

“Em um mundo em que graves violações se tornaram corriqueiras, deixar de apresentar uma NDC parece um mal menor. Mas, sem o conjunto das NDCs, o planeta caminha no escuro. Só com o quadro completo saberemos para onde e em que ritmo estamos indo”, acrescentou Lula.

Trump tampouco apresentou as NDCs. O termo detalha as ações e metas de cada país para reduzir as emissões de gases de efeito estufa.

Em discurso nessa terça (23), Trump usou a tribuna da ONU para afirmar que as mudanças climáticas são uma “farsa”.

Lula também rebateu essa fala do republicano, novamente sem o citar diretamente. O brasileiro aproveitou, ainda, para defender, mais uma vez, o multilateralismo. O argumento tem sido usado pelo petista em resposta à aplicação unilateral dos EUA de tarifas sobre o Brasil.

Perguntas e Respostas

Qual foi o encontro entre Lula e Trump na ONU?

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva se encontrou brevemente com o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, durante a Assembleia Geral da ONU em Nova York. Lula elogiou Trump, afirmando que ele estava com uma “cara muito simpática e agradável”. Eles devem ter uma conversa oficial na próxima semana, possivelmente por telefone ou videoconferência, mas Lula não descarta um encontro presencial.

O que Lula disse sobre a química entre ele e Trump?

Lula relatou que ficou surpreso com o encontro e mencionou que havia uma “química” entre eles. Ele destacou que, após seu discurso, Trump se aproximou dele de forma amigável. Trump também elogiou Lula, afirmando que tiveram uma “química excelente”.

Quais foram os temas discutidos por Lula após o encontro?

Após o encontro, Lula afirmou que não há restrições de assuntos a serem discutidos com Trump. Ele enfatizou que Brasil e EUA têm muitos temas em comum e que é necessário debater com base em dados verdadeiros. Lula também comentou sobre tarifas impostas por Trump a produtos brasileiros, atribuindo isso à “qualidade de informações que ele tinha sobre o Brasil”.

Como Lula criticou indiretamente as políticas ambientais de Trump?

Durante um evento sobre clima na ONU, Lula criticou o “unilateralismo” e a falta de apresentação de metas climáticas por parte da gestão americana, sem citar Trump diretamente. Ele destacou a importância do Acordo de Paris e das Contribuições Nacionalmente Determinadas (NDCs), ressaltando que a ausência dessas metas prejudica o combate às mudanças climáticas.

O que Lula disse sobre a retirada dos EUA do Acordo de Paris?

Lula mencionou que, assim como em seu primeiro mandato, Trump retirou os EUA do Acordo de Paris, um tratado importante para o combate às mudanças climáticas. Ele argumentou que a falta de apresentação das NDCs impede que se saiba para onde o planeta está indo em relação às emissões de gases de efeito estufa.

Como Trump se posicionou sobre as mudanças climáticas?

Trump, em seu discurso na ONU, afirmou que as mudanças climáticas são uma “farsa”. Lula rebateu essa afirmação, defendendo a importância do multilateralismo e criticando a aplicação unilateral de tarifas sobre o Brasil.

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