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Lula diz que vai manter aumento do IOF, mas admite rever pontos e ameaça cortar emendas

Presidente disse que pode mexer em emendas se tiver que fazer cortes no Orçamento para compensar derrubada do IOF

Brasília|Do R7, em Brasília

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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva, durante entrevista à RECORD
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva, durante entrevista à RECORD Ricardo Stuckert / PR - 10.7.2025

Em entrevista exclusiva à RECORD, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva falou sobre a crise envolvendo a elevação do IOF (Imposto sobre Operações Financeiras) e as tensões com o Congresso Nacional. Na entrevista, Lula deixou claro que não pretende recuar da essência da medida e avisou que, se tiver que fazer cortes no Orçamento para compensar a derrubada do IOF, pode mexer nas emendas parlamentares — principal fonte de recursos dos deputados para atender suas bases eleitorais.

“Eu vou manter o IOF. Se tiver um item no IOF que esteja errado, a gente tira aquele item. Mas o IOF vai continuar”, afirmou. “Os deputados sabem que se eu tiver que cortar R$ 10 bilhões, eu vou cortar das emendas deles também. Eles sabem disso. Então, como eles sabem e eu sei, é importante a gente chegar num ponto de acordo”, completou.


RESUMO DA NOTÍCIA

  • Luiz Inácio Lula da Silva reafirma a manutenção do aumento do IOF.
  • Admite a possibilidade de cortes em emendas parlamentares se precisar ajustar o Orçamento.
  • O impasse sobre o IOF chegou ao STF, que convocou audiência para conciliação.
  • Lula destaca a importância do diálogo com o Congresso e minimiza impactos políticos.

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O impasse surgiu depois que o governo publicou decretos aumentando as alíquotas do imposto para fechar as contas públicas em 2025, mas a medida sofreu forte reação do Legislativo, que aprovou um projeto de decreto legislativo para derrubá-la.

A disputa acabou chegando ao STF (Supremo Tribunal Federal). O ministro Alexandre de Moraes suspendeu tanto os decretos do governo quanto o ato do Congresso e convocou uma audiência de conciliação entre as partes, marcada para o próximo dia 15 de julho.


Lula defendeu o aumento do imposto como instrumento legítimo de gestão fiscal, argumentou que não cometeu nenhuma irregularidade ao editar os decretos e reforçou sua prerrogativa como chefe do Executivo.

“Fazer decreto é da responsabilidade do presidente da República, e os parlamentares podem fazer um decreto-lei para eles se tiver cometido algum erro constitucional, coisa que eu não cometi.”


O presidente também afirmou que confia na decisão do STF e aposta que a maior parte do plano do governo será mantida.

“É importante eles saberem que vai ter uma decisão, que o IOF vai ser aprovado 99% do que nós queremos e que vai ficar definido que quem faz decreto é o presidente da República, não é a Câmara dos Deputados.”


Relação com o Congresso

Apesar das divergências, Lula minimizou o impacto político do episódio e disse que pretende continuar dialogando com os parlamentares. Ele negou ter conflitos pessoais com os principais líderes do Congresso e ressaltou que sua relação com deputados e senadores é institucional.

“Eu não tenho divergência. Sabe por que eu não tenho divergência? Porque não são os deputados que precisam de mim, eu é que preciso deles. É o Poder Executivo que manda projeto de lei para o Congresso.”

Para Lula, manter o diálogo é essencial para garantir a aprovação de projetos de interesse do governo — e, segundo ele, também dos próprios parlamentares.

“A relação vai continuar boa, e nós vamos aprovar as coisas que nós precisamos. Não para o meu interesse, para o interesse deles. Porque não só eu que sou candidato, eles também são candidatos. Eles são candidatos. Eu posso te dizer que muitos deles estão pensando muito mais na eleição do que eu.”

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