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Lula: IA não pode ser ‘privilégio’ de poucos nem ‘instrumento de manipulação’ de bilionários

Petista criticou unilateralismo e pediu reforma na OMC; Brics vai divulgar declaração sobre Inteligência Artificial

Brasília|Ana Isabel Mansur, do R7, em Brasília

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Lula também defendeu participação do setor privado na discussão sobre IA Ricardo Stuckert/PR - 6.7.2025

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva defendeu neste domingo (6) a participação dos países do chamado Sul Global no desenvolvimento de novas tecnologias, em especial da Inteligência Artificial.

Na abertura da sessão desta tarde da cúpula do Brics, que neste ano ocorre no Rio de Janeiro (RJ), Lula defendeu a construção da IA de forma “justa, inclusiva e equitativa”. O brasileiro discursou na plenária “Fortalecimento do Multilateralismo, Assuntos Econômico-Financeiros e IA”.


RESUMINDO

  • Lula defendeu que a Inteligência Artificial deve ser justa e acessível a todos os países, não apenas a poucos privilegiados.
  • O presidente criticou a Organização Mundial do Comércio (OMC) e pediu reformas para equilibrar as responsabilidades entre países desenvolvidos e em desenvolvimento.
  • Ele sugeriu a criação de cabos submarinos para melhorar a troca de dados entre países do Brics.
  • Lula destacou a necessidade de maior participação do Brics em organizações globais, como FMI e Banco Mundial, buscando mais poder de voto e representatividade.

Produzido pela Ri7a - a Inteligência Artificial do R7

O comando do Brics é rotativo e, neste ano, está sob responsabilidade do Brasil.

“Ao adotar a Declaração sobre Governança da Inteligência Artificial, o Brics envia uma mensagem clara e inequívoca: as novas tecnologias devem atuar dentro de um modelo de governança justo, inclusivo e equitativo. O desenvolvimento da Inteligência Artificial não pode se tornar privilégio de poucos países ou um instrumento de manipulação na mão de bilionários”, destacou Lula.


O petista também pediu a ampliação das discussões. “Tampouco é possível progredir sem a participação do setor privado e das organizações da sociedade civil”, acrescentou.

Criado em 2009, o Brics reúne atualmente 11 países e conta com dez nações parceiras (confira lista ao fim).


Lula aproveitou para criticar a OMC (Organização Mundial do Comércio) e pedir mudanças na estrutura da instituição. O organismo é responsável por ditar as regras das trocas comerciais entre os países integrantes.

“A reforma da OMC é outro eixo de ação imprescindível e urgente. Sua paralisia e o recrudescimento do protecionismo criam uma situação de assimetria insustentável para os países em desenvolvimento. Não será possível restabelecer a confiança na OMC sem promover um equilíbrio justo de obrigações e direitos que reflita adequadamente os interesses de todos os seus membros”, destacou o petista.


LEIA MAIS

Em meio ao tarifaço do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, a fala de Lula pode ser lida como uma crítica indireta ao republicano, mesmo que o brasileiro não tenha citado Trump.

Recentemente, o governo brasileiro cogitou acionar a OMC em resposta às sobretaxações dos EUA a produtos brasileiros. Tanto Brasil quanto EUA fazem parte da organização.

“Enquanto o unilateralismo cria barreiras ao comércio, nosso bloco trabalha por sistemas de pagamento transfronteiriços mais rápidos, baratos e seguros. Isso vai intensificar o nosso fluxo de comércio e serviços”, acrescentou Lula.

Integração do Brics

Ainda sobre o desenvolvimento de novas tecnologias, Lula citou a possibilidade de os países do Brics se conectarem por meio de ligações submersas.

“Fazer um estudo de viabilidade para o estabelecimento de cabos submarinos ligando diretamente membros do Brics aumentará a velocidade, a segurança e a soberania na troca de dados”, sugeriu.

Outros organismos internacionais

Além da OMC, Lula criticou o Banco Mundial e o FMI (Fundo Monetário Internacional).

“As estruturas do Banco Mundial e do FMI sustentam um Plano Marshall às avessas, em que as economias emergentes e em desenvolvimento financiam o mundo mais desenvolvido. Os fluxos de ajuda internacional caíram e o custo da dívida dos países mais pobres aumentou”, apontou.

Criado em 1947, no contexto do pós-Segunda Guerra Mundial, o Plano Marshall foi um programa de ajuda econômica dos EUA lançado para apoiar a reconstrução da Europa, por meio de empréstimos e subsídios.

O brasileiro também pediu maior participação do Brics nas organizações mundiais.

“Para fazer jus ao nosso peso econômico, o poder de voto dos membros do Brics no FMI deveria corresponder pelo menos a 25% — e não os 18% que detemos atualmente. Onde os arranjos desenhados no pós-Guerra insistem em falhar, o Novo Banco de Desenvolvimento [conhecido como Banco do Brics] dá uma lição de governança”, continuou Lula.

Brics: países-membros e parceiros

Integrantes permanentes

  • África do Sul
  • Arábia Saudita
  • Brasil
  • China
  • Egito
  • Emirados Árabes Unidos
  • Etiópia
  • Indonésia
  • Índia
  • Irã
  • Rússia

Nações parceiras

  • Belarus
  • Bolívia
  • Cazaquistão
  • Cuba
  • Malásia
  • Nigéria
  • Tailândia
  • Uganda
  • Uzbequistão
  • Vietnã

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