Lula oferece Ministério do Esporte ao PP, mas o partido cobra mais recursos para a pasta
Presidente pode entregar pasta liderada por Ana Moser ao centrão; ministra foi avisada sobre troca em reunião no Planalto
Brasília|Augusto Fernandes, do R7, em Brasília
Na reforma ministerial que negocia com o centrão, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ofereceu ao PP o comando do Ministério do Esporte. Para assumir a pasta, no entanto, o partido exigiu que o orçamento para o ano que vem seja ampliado e também pediu que o ministério tenha novas secretarias.
O ministério passou a ser cogitado para a reforma após Lula não encontrar um meio-termo com o PP em relação ao Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome. Lula não quis demitir o atual ministro, Wellington Dias, e o centrão não queria que a pasta fosse desidratada, como chegou a cogitar o presidente.
Nesta terça-feira (5), Lula teve um encontro com a ministra do Esporte, Ana Moser, e a avisou sobre a negociação com o PP. O presidente disse que a ministra seria demitida para abrir espaço ao partido. O nome do PP para integrar o corpo ministerial de Lula é o deputado André Fufuca (PP-MA).
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Como mostrou o blog de Christina Lemos, o Ministério do Esporte tornou-se atraente a partir da perspectiva de aumento bilionário na arrecadação, com a aplicação das regras da MP que permite a taxação de apostas esportivas. O governo deve criar uma Secretaria das Apostas Esportivas para regular e acompanhar a tributação das casas de apostas, e a tendência é que essa estrutura fique vinculada ao Ministério do Esporte.
O PP quer turbinar os recursos da pasta para que não fique à frente de um ministério sem capilaridade. No Projeto de Lei Orçamentária Anual (Ploa) de 2024 apresentado ao Congresso Nacional, o governo prevê apenas R$ 607,8 milhões para a pasta, valor inferior ao reservado para 2023, que foi de quase R$ 1,3 bilhão.
Em live nas redes sociais nesta terça-feira, Lula admitiu que pode trocar ministros do governo para abrir espaço para partidos do centrão que querem ingressar na Esplanada dos Ministérios. “É sempre muito difícil você chamar alguém para dizer: ‘Olha, vou precisar do ministério porque fiz acordo com um partido político e preciso atender’. Mas essa é a política”, afirmou.
O presidente, inclusive, usou uma metáfora de um time de futebol para explicar as mudanças. “O técnico entra com um time em campo, mas no decorrer do jogo, dependendo da tática do adversário, ele vai mudando.”