Lula promete força-tarefa mundial contra mudanças climáticas
Presidente vai assumir comando do G20 e fala em fazer esforço para garantir a preservação do meio ambiente
Brasília|Augusto Fernandes, do R7, em Brasília
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) disse neste sábado (9) que vai lançar uma força-tarefa mundial para combater as mudanças climáticas assim que assumir a presidência do G20 — grupo formado pelas 19 maiores economias do mundo mais a União Europeia. Em discurso em Nova Déli, na Índia, durante reunião da cúpula do grupo, o brasileiro pediu o engajamento dos demais líderes mundiais em prol de ações que garantam a preservação do meio ambiente.
"A melhor forma de sermos ambiciosos é garantir o sucesso do exercício de avaliação global do Acordo de Paris, na COP28, e da negociação de novas metas quantitativas. Para complementar esse esforço, lançaremos, em nossa presidência do G20, uma Força-Tarefa para Mobilização Global contra a Mudança do Clima", anunciou Lula.
De acordo com o brasileiro, o objetivo dele à frente do G20 é fazer com que o mundo inteiro chegue à 30ª Conferência da ONU sobre Mudanças Climáticas (COP-30), em novembro de 2025, a ser realizada em Belém (PA), "com uma agenda climática equilibrada entre mitigação, adaptação, perdas e danos e financiamento, assegurando a sustentabilidade do planeta e a dignidade das pessoas".
"Esperamos contar com o engajamento de todos. Para que a beleza da Terra não seja apenas uma fotografia vista do espaço", destacou.
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Na sua fala, o presidente reiterou o posicionamento de que os países ricos precisam disponibilizar mais recursos para proteger o meio ambiente. Segundo Lula, as nações desenvolvidas são as principais responsáveis pelas mudanças climáticas, sobretudo por causa da revolução industrial.
"Quem mais contribuiu historicamente para o aquecimento global deve arcar com os maiores custos de combatê-la. Esta é uma dívida acumulada ao longo de dois séculos", opinou Lula. "Desde a COP de Copenhague [em 2009], os países ricos deveriam prover 100 bilhões de dólares por ano em financiamento climático novo e adicional aos países em desenvolvimento. Essa promessa nunca foi cumprida", acrescentou.
Segundo Lula, "de nada adiantará o mundo rico chegar às COPs do futuro vangloriando-se das suas reduções nas emissões de carbono se as responsabilidades continuarem sendo transferidas para o Sul Global".
"Recursos não faltam. Ano passado, o mundo gastou 2,24 trilhões de dólares em armas. Essa montanha de dinheiro poderia estar sendo canalizada para o desenvolvimento sustentável e a ação climática", afirmou o brasileiro.
O G20 se reúne neste fim de semana e o último evento do encontro será a transferência da presidência do grupo para o Brasil. No domingo (10), o primeiro-ministro indiano, Narendra Modi, que lidera o G20 neste ano, vai transmitir o cargo para Lula.
O Brasil vai assumir a presidência do G20 de 1º de dezembro de 2023 a 30 de novembro de 2024. No posto, o país vai ser responsável por organizar a próxima reunião dos membros, que deve ocorrer em novembro do ano que vem na cidade do Rio de Janeiro.