Lula viaja ao México neste domingo para posse de presidente eleita
Claudia Sheinbaum é a primeira mulher eleita para comandar o país; brasileiro também deve se reunir com atual presidente do México
Brasília|Ana Isabel Mansur, do R7, em Brasília
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva embarca neste domingo (29) para o México, onde participa, na terça-feira (1º), da posse da nova presidente mexicana, Claudia Sheinbaum, a primeira mulher eleita para comandar a nação. Lula deve ter um encontro pessoal com Sheinbaum e se reunir com o atual presidente do México, López Obrador. O brasileiro ainda deve participar de um fórum empresarial. É a primeira viagem de Lula ao México neste mandato.
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Com os políticos, na segunda (30), as discussões devem focar as relações comerciais entre Brasil e México, meio ambiente e desafios relacionados às mudanças climáticas. Claudia Sheinbaum é especialista em ciência climática e já participou do IPCC (Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas, na sigla em inglês), ligado à ONU (Organização das Nações Unidas).
O México é o sexto parceiro comercial do Brasil e o quinto principal destino das exportações brasileiras. O comércio entre os dois países fechou 2023 em US$ 14 bilhões — aumento de 15% em relação a 2022. O Brasil trabalha para incrementar acordos econômicos vigentes com o México, como redução de tarifas de importação e o livre comércio automotivo.
Lula participa do encerramento do fórum empresarial na noite de segunda. O evento vai reunir 400 empresários, dos quais 150 são brasileiros. As discussões do fórum devem abordar temas como indústria, segurança alimentar e investimentos. Depois do evento empresarial, o petista participa de um jantar oferecido pelo governo mexicano.
Eleições do México
Claudia Sheinbaum foi eleita no início de junho, e o mandato dela vai durar seis anos. Ela foi militante do movimento estudantil antes de se lançar na política e, desde o início, era próxima a Obrador. A presidente eleita promete continuar o governo do antecessor, em especial uma proposta de reforma da Constituição, criticada por opositores e analistas por, supostamente, enfraquecer o Poder Judiciário e a autoridade eleitoral mexicana.
Obrador encerra a presidência com aprovação de cerca de 60% da população. Ele tem como legado a valorização do salário mínimo e o aumento dos benefícios sociais no México, mas é acusado por opositores de ter tendências autoritárias.
O principal desafio que Claudia Sheinbaum terá de enfrentar é a violência dos cartéis de drogas, tema que marcou as eleições, com pelo menos 34 candidatos ou aspirantes assassinados, segundo levantamento do think tank (instituições que auxiliam tomadas de decisões) Laboratório Eleitoral.
Para segurança, ela propõe o fortalecimento da Guarda Nacional e uma estratégia de longo prazo para evitar que os jovens sejam recrutados pelo crime organizado.