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Maior lixão da América Latina fica a 15 km do Palácio do Planalto

Depósito inadequado de lixo oferece riscos à maior unidade de conservação ambiental do DF

Brasília|Do R7

Com 174 hectares e 30 milhões de toneladas de dejetos, Lixão da Estrutural ameça Parque Nacional de Brasília
Com 174 hectares e 30 milhões de toneladas de dejetos, Lixão da Estrutural ameça Parque Nacional de Brasília Com 174 hectares e 30 milhões de toneladas de dejetos, Lixão da Estrutural ameça Parque Nacional de Brasília

A 15 quilômetros do Palácio do Planalto, a capital do País abriga o maior lixão a céu aberto da América Latina. Com 174 hectares, e 30 milhões de toneladas de lixo acumulado, o Lixão da Estrutural não suporta mais receber dejetos e deveria ter sido desativado em 1997, por determinação judicial. 

Apesar disso, nove mil toneladas de lixo ainda são despejadas diariamente no local. Desse total, 70% são restos de construções civis e 30% de lixo residencial e comercial. Para o professor do Núcleo de Estudos Ambientais da UnB (Universidade de Brasília), Gustavo Souto Maior, o lixão é uma vergonha.

— Essa é a maior vergonha ambiental da capital da República, que ostenta o título de patrimônio cultural da humanidade, e que até hoje não conseguiu dar o exemplo para o resto do país, resolvendo essa questão da gestão do seu lixo.

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O professor também chama atenção para a localização do lixão, que faz divisa com o Parque Nacional de Brasília, a mais importante unidade de conservação ambiental do DF. Segundo ele, na reserva é captada a água que abastece mais de 20% da população do DF.

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Entre os riscos que o lixão oferece ao parque está a contaminação do solo por chorume, o resíduo da decomposição biológica do lixo, cem vezes mais poluente que o esgoto doméstico, que não é tratado. Além disso, também há perigo de incêndio florestal causado de alguma fagulha de fogo que as pessoas costumam colocar no lixo.

De acordo com o professor, o lixão também impacta o parque porque atrai muitos cachorros que vão atrás de alimentos e acabam migrando para a unidade de conservação.

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— Eles invadem a área de preservação e se tornam cães selvagens que andam em grupo e começam a ser predadores da fauna nativa do parque.

Gustavo Souto Maior diz ainda que Brasília não vai conseguir cumprir a lei da Política Nacional de Resíduos Sólidos, de 2010, que determina que todos os lixões do Brasil sejam erradicados até 2014.

— Isso é impossível de cumprir. Vai jogar o lixo onde? Não há aterro.

Prometido há anos, o GDF (Governo do Distrito Federal) garante que a unidade da federação se adequará à lei no prazo previsto (até agosto de 2014), e que um aterro sanitário começará a ser operado em Samambaia (DF). O subsecretário de políticas de resíduos sólidos da Semarh (Secretaria de Meio Ambiente e Recursos Hidricos), Paulo Celso dos Reis, diz que até meados de dezembro deste ano será escolhida a empresa que vai operar o aterro por meio da licitação que foi liberada pelo TCDF (Tribunal de Contas do Distrito Federal) no último dia 24 de outubro.

— Para abrir a célula e operar o aterro, a empresa deve levar um prazo de três a cinco meses.

O subsecretário afirmou ainda que algumas etapas da construção do aterro já foram realizadas, como a construção das vias que darão acesso ao local. Segundo ele, a rede de drenagem de águas pluviais também já está pronta.

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