Mauro Vieira viaja nesta semana para Colômbia para discutir eleições da Venezuela
Ministro das Relações Exteriores vai se encontrar com Luis Gilberto Murillo na tentativa de encontrar canal de diálogo
Brasília|Plínio Aguiar, do R7, em Brasília
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva determinou que o ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, vá para a Colômbia nesta semana para conversar com o chanceler do país vizinho sobre as eleições na Venezuela. A viagem está programada para quinta-feira (15). Até o momento, o Brasil não reconheceu a vitória de Nicolás Maduro, nem endossou suspeita de fraude.
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Vieira vai se reunir com o chanceler da Colômbia, Luis Gilberto Murillo, na tentativa de encontrar um canal de diálogo entre Maduro e Edmundo González, candidato da oposição que diz ter ganhado a eleição de 28 de julho. Além do Brasil e da Colômbia, o México também é visto como possível articulador em torno do impasse venezuelano.
Os três países têm pressionado a Venezuela pela divulgação completa das atas eleitorais. Agora, as equipes das diplomacias brasileira, mexicana e colombiana articulam um novo telefonema entre os presidentes. No entanto, Lula quer que a conversa seja objetiva e, por isso, enviou o chanceler para dar andamento às negociações.
No início deste mês, os três países divulgaram um comunicado em que citam “controvérsias sobre o processo eleitoral” e pedem aos agentes “cautela” para evitar o agravamento da situação no país. O documento solicita, ainda, a publicação dos dados eleitorais completos das atas de votação. “O princípio fundamental da soberania popular deve ser respeitado mediante a verificação imparcial dos resultados”, destacam as nações.
O pleito no país ocorreu em 28 de julho e o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, foi proclamado vencedor no dia seguinte pelo CNE (Conselho Nacional Eleitoral), órgão venezuelano responsável pelo pleito. O resultado é contestado por parte da comunidade internacional e pela oposição venezuelana. O episódio mais recente foi a declaração de vitória de Edmundo González.
Questionado sobre o episódio, Lula afirmou que “ainda nem tomou posse” e, por isso, não iria comentar a medida. O presidente tem articulado, juntamente com o México e a Colômbia, uma cobrança para que o governo Maduro publique as atas eleitorais. Em comunicado, os países citaram controvérsias sobre o processo eleitoral e pediram cautela aos agentes venezuelanos para evitar o agravamento da situação no país.
“Nossos ideais convergem na defesa intransigente da democracia. Também expus as iniciativas que tenho empreendido com presidentes Gustavo Petro [da Colômbia] e López Obrador [do México] em relação ao processo político na Venezuela. O respeito pela soberania popular é o que nos move a defender a transparência dos resultados. O compromisso com a paz é o que nos leva a conclamar as partes ao diálogo e promover o entendimento entre governo e oposição”, disse Lula recentemente.