Mesmo com recuo de 15,6% no desemprego, 257 mil pessoas ainda não têm ocupação no DF
Aumento na ocupação contribuiu para a melhora no cenário em julho, na comparação com o mesmo mês do ano passado
Brasília|Jéssica Moura, do R7, em Brasília
Com o aumento nas contratações no Distrito Federal, a taxa de desemprego na região recuou em julho na comparação com o mesmo mês do ano passado e passou de 18,7% para 15,6%. Com isso, mesmo com a queda, 257 mil pessoas na capital federal estão desempregadas.
Os dados foram apresentados na manhã desta terça-feira (26) na Pesquisa de Emprego e Desemprego (PED) da Codeplan. Segundo a economista do Dieese, Lúcia Garcia, o DF é uma região extremamente heterogênea. "Esse desemprego com viés de queda não se expressa de maneira uniforme dentro do espaço regional", afirmou. Isso porque entre as cidades de média renda, a proporção de desempregados é de 13%. Já nas regiões de baxia renda, o índice é de 21,2%.
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Lúcia alerta que dois aspectos impactaram no resultado: a pandemia de Covid-19 e o período eleitoral. Ela aponta que, após o período mais agudo da crise sanitária, o ano de 2022 testemunha, por um lado, a recuperação econômica. No entanto, durante os meses que precedem a eleição em outubro, as contratações tendem a diminuir.
"Há um período de recuperação vigorosa no período de 12 meses, que foi mais calibrada em relação ao mês de maio", avalia a especialista.
Comércio e serviços
Em julho, o setor terciário, que concentra as atividades ligadas ao comércio e aos serviços foi o mais relevante para aumentar a proporção da ocupação no DF, já que abrange 71% da força de trabalho. A administração pública responde por 10% das ocupações.
Por outro lado, o emprego doméstico está em declínio na capital federal e encolheu 11%. "Já temos esse esgotamento da inserção de autônomos se apresentando na variação anual", frisou a economista. As contratações no setor público cresceram 17,8%; a proporção dos assalariados subiu 8% e os empregos com carteira assinada aumentaram 4,4%.
Disparidade de renda
Outro indicador avaliado pela pesquisa foi a disparidade de salários entre os diferentes grupos de renda. Entre os ocupados, os 10% mais pobres receberam R$ 694 em maio, enquanto os 10% mais ricos ganharam R$ 16.195. Já a porporção dos assalariados que estão entre os 50 e 25% mais ricos cresceu 9,5%. "O que vem acontecendo é que temos tido um salário cada vez mais próximo da mediana", pontuou Garcia.