Mesmo pedindo apoio a Lula, Janones deve ficar sem a presidência da CCJ da Câmara

O deputado federal André Janones (Avante-MG) tem insistido em conversar com o presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), em busca de apoio à disputa pela presidência da Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania (CCJ) da Câmara. Um dos principais responsáveis por movimentar as redes sociais durante a campanha eleitoral, Janones ficou de fora da lista de ministros do governo federal.

Não há, no entanto, nenhum encontro marcado na agenda oficial de Lula. Janones desistiu de concorrer à Presidência da República para apoiá-lo. O comunicado foi feito ao lado do petista. Janones chegou a integrar o grupo técnico de comunicação social da equipe de transição de governo, mas ficou de fora no rateio dos altos cargos.

O apoio pleiteado para a presidência da CCJ enfrenta barreiras. Isso porque, nos bastidores, o nome que circula para o comando da principal comissão da Câmara é a deputada federal Maria do Rosário (PT-RS). A parlamentar já tem apoio de colegas de dentro da Casa e do próprio diretório nacional do PT, mas a indicação ainda precisa ser discutida com o PCdoB e o PV, demais legendas que integram a federação. 

Mesmo que obtenha o apoio do presidente, Janones ainda deve enfrentar a disputa com a oposição pelo cargo. Tradicionalmente, o bloco com mais parlamentares fica com o comando da mais importante comissão, o que posicionaria o PL como favorito para a indicação.

O aval e articulação do presidente da Câmara neste contexto é importante para definir os acordos. Por isso, o PT indica apoiar o atual presidente da casa, Arthur Lira (PP-PI), para uma reeleição ao cargo.

"Estamos comprometidos com a reeleição do atual presidente. Nós temos esse compromisso e vamos honrar. Porque palavra dada aqui vale mais do que papel", indicou o líder do governo na Câmara, o deputado federal José Guimarães (PT-CE), acrescentando que o comando da CCJ ficar com os petistas "é o ideal" nesse cenário.