Brasília Mesmo sem aval de Lira, senadores vão tentar reinstalar comissões para analisar medidas provisórias 

Mesmo sem aval de Lira, senadores vão tentar reinstalar comissões para analisar medidas provisórias 

Reunião nesta terça-feira entre Lira e Pacheco terminou sem acordo; parlamentares do Senado já acionaram a Justiça

  • Brasília | Bruna Lima, do R7, em Brasília

Prédio do Congresso Nacional, em Brasília

Prédio do Congresso Nacional, em Brasília

Pedro França/Agência Senado - 2.3.2023

Os senadores já articulam a retomada paralela das comissões mistas para avaliar medidas provisórias, mesmo sem o aval do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL).

Lideranças do Senado pretendem apresentar uma questão de ordem alegando que a retomada do rito normal de tramitação das MPs é urgente, uma vez que o Congresso não funciona mais com as exceções estabelecidas durante a pandemia da Covid -19.

Desde março de 2020, a obrigatoriedade da tramitação das MPs via comissões mistas foi suspensa, por meio do Ato Conjunto n° 1, mas a existência da pandemia foi uma condição imposta pelo Supremo Tribunal Federal (STF) para autorizar a mudança.

Desde início de fevereiro, a Mesa Diretora do Senado decidiu pela volta da normalidade dos trabalhos, mas Lira se opôs. Fato é que o rito atual deixa nas mãos do presidente da Câmara o protagonismo em relação às tramitações das MPs, já que as deliberações começam pelos deputados e o Senado apenas carimba a decisão.

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 O líder da Maioria no Senado, senador Renan Calheiros (MDB-AL), disse que Rodrigo Pacheco (PSD-MG), como presidente do Congresso, pode despachar as medidas provisórias para as comissões mistas, mesmo à revelia de Lira.

“Não é possível que se continue aplicando o Ato Conjunto nº 1, de 2020, à tramitação das medidas provisórias sob o risco de descumprimento do texto constitucional”, diz a questão de ordem, completando que, por isso, “deve ser entendida como encerrada a vigência do ato e restabelecido imediatamente o estado jurídico anterior, dispensando-se, mesmo, a edição de novo ato."

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Em um tom mais ameno, o presidente do Senado admitiu que ainda não há acordo em relação ao assunto, mas que as conversas continuam.

Para as medidas provisórias do governo anterior, Pacheco admitiu a apreciação pelo plenário, no rito de exceção. “Há esse compromisso em relação às MPs editadas até 31 de dezembro, mas as novas nós precisamos encontrar consenso porque à Constituição Federal impõe a existência das comissões mistas”, disse.

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