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Metade das brigadas de combate a incêndios do Ibama é indígena

Segundo o órgão, 49% dos brigadistas são indígenas e 18% são quilombolas; país vive crise de queimadas, com 195 mil focos de incêndios no ano

Brasília|Hellen Leite, do R7, em Brasília

Governo solicitará urgência à Câmara para projeto que reforça lei de combate a crimes ambientais
Governo solicitará urgência Edilson Rodrigues/Agência Senado

Metade das brigadas de combate a incêndios do Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis) é formada por indígenas. Dos 2.255 brigadistas combatendo incêndios florestais, 1.116 são indígenas, representando 49% do total. Além disso, o órgão estima que cerca de 18% dos brigadistas sejam quilombolas ou de áreas regionais, incluindo assentamentos de reforma agrária. Nos primeiros 20 dias de setembro, foram registados 65.649 focos de incêndio, o que representa 62% de todos os incêndios registrados na América do Sul, de acordo com dados do sistema BDQueimadas do Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais).

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No início da semana, a ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva, ressaltou que os brigadistas que atuam em terras indígenas e áreas de conservação têm enfrentado ameaças ao tentar combater os incêndios nessas regiões. Em Rondônia, após um pedido de socorro do povo indígena Suruí, brigadistas foram recebidos a tiros por criminosos, o que exigiu a intervenção da Força Nacional de Segurança.

“Recebi um pedido de socorro do povo Surui porque eles viram que criminosos estavam ateando fogo dentro da reserva indígena, nós mandamos nossos brigadistas e eles foram recebidos a bala. Tivemos que pedir ajuda da Força Nacional de Segurança. Os brigadistas dos indígenas também já tinha sido violentamente expulsos da área deles próprios a bala”, disse a ministra.

A ministra também ressaltou que todos os estados e o Distrito Federal têm decretos que proíbem o uso controlado do fogo para manejo e limpeza de áreas, tornando qualquer incêndio provocado por ação humana um crime.


“Neste momento qualquer incêndio se caracteriza como incêndio criminoso. Há uma proibição do uso do fogo em todo território nacional. Os estados, os últimos que fizeram decretos de proibição do fogo foram Rondônia e o Pará. E o Ministério do Meio Ambiente, desde o meio do mês de abril, que havia estabelecido o alerta para que os estados fizessem a decretação da proibição do fogo. Nós estamos vivendo uma seca severa, praticamente em todo o território nacional, e essa proibição caracteriza qualquer incêndio que está sendo feito contraria à lei, isso caracteriza crime”, disse.

Além das brigadas, o Ibama conta com o apoio de 138 homens da Força Nacional e 370 das Forças Armadas no combate aos incêndios. Estão em operação nove aviões e 15 helicópteros do Ibama e ICMBio, além de dois aviões e quatro helicópteros das Forças Armadas. Esses dados são do boletim mais recente do órgão, divulgado em 15 de setembro.

No acumulado do ano, o Brasil registrou 195 mil focos de incêndio, representando metade de todos os focos de calor na América do Sul nesse período. Os estados com mais focos de calor entre 1º de janeiro e 20 de setembro são: Mato Grosso do Sul (42.633), Pará (34.012), Amazonas (20.714) e Tocantins (14.165). A Amazônia concentra 50% de todos os registros de incêndios no país.

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