Metanol na bebida: tudo o que você precisa saber sobre esse composto químico
Líquido transparente levou dezenas de pessoas para o hospital e acendeu alerta no Brasil
Brasília|Do R7
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Após o registro de 127 notificações relacionadas à intoxicação por metanol até a tarde deste sábado (4) — sendo 11 confirmadas, além de duas mortes confirmadas e outras 11 em investigação (uma em Pernambuco, uma na Bahia, uma no Mato Grosso do Sul e outras oito em São Paulo) —, um alerta se acendeu: o que é metanol? É possível identificá-lo na bebida?
Para te ajudar a entender melhor o assunto, o R7 levantou algumas informações:
Afinal, o que é metanol?
De acordo com o Conselho Federal de Química o metanol é um líquido incolor e inflamável usado na indústria química.
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O biólogo e mestre em Ecologia Dani Gonçalves da Silva Pinheiro explica que, sob o ponto de vista biológico, o metanol é uma molécula simples (CH₃OH), que pode ser encontrada em pequenas quantidades na natureza, produzida em processos de decomposição vegetal e até mesmo por algumas frutas em fermentação. No entanto, quando ingerido ou inalado em quantidades relevantes, torna-se um veneno potente.
“Apesar dos riscos, o metanol tem usos importantes na indústria: ele serve como matéria-prima para a fabricação de plásticos, solventes, combustíveis e até como alternativa energética em células a combustível”, frisa Dani Pinheiro.
O problema, porém, é quando esse composto começa a ser usado para adulterar bebidas alcóolicas. Após 48 horas, seu efeito pode ser mortal, como nos casos notificados até o momento.
Efeitos no organismo
Conforme o Conselho Federal de Química, a ingestão de metanol pode provocar sintomas imediatos, como náusea, vômito, tontura e depressão do sistema nervoso central. O perigo maior, no entanto, aparece nos efeitos tardios: o metanol pode causar danos permanentes à visão.

Prevenção e controle
Como não é possível identificar o metanol em uma garrafa de bebida, uma vez que ele é transparente, o ideal é sempre verificar a procedência da garrafa e desconfiar de preços muito abaixo dos praticados no mercado.
O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, afirmou, em entrevista coletiva nesta quinta-feira, que o governo federal trabalha em conjunto com estados e municípios, além da Anvisa, para monitorar casos de intoxicação por metanol após o consumo de bebidas alcoólicas e coordenar medidas necessárias.
Padilha também pediu que os brasileiros não consumam bebidas destiladas.
“Recomendo, na condição de ministro da Saúde, mas também como médico: evite, neste momento, ingerir um produto destilado, sobretudo os incolores, que você não tem a absoluta certeza da origem dele. Não estou falando de um produto essencial para a vida das pessoas, um produto da cesta básica. É um produto que é objeto de lazer. Não faz problema nenhum na vida de ninguém evitar o consumo desses destilados”, afirmou.
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