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R7 Brasília

Milei agradece ao governo brasileiro por assumir embaixada da Argentina na Venezuela

Presidente argentino disse esperar que, em breve, possa reabrir posto diplomático argentino em Caracas

Brasília|Plínio Aguiar, do R7, em Brasília

Javier Milei agradece ao governo brasileiro Reprodução/Redes Sociais Javier Milei

O presidente da Argentina, Javier Milei, usou as redes sociais nesta quinta-feira (1º) para agradecer ao governo brasileiro por assumir, de forma temporária, a representação diplomática da embaixada da Argentina em Caracas, capital da Venezuela. A autoridade do país vizinho disse esperar também que, em breve, possa reabrir a missão diplomática em terras venezuelanas.

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“Agradeço enormemente a disposição do Brasil em assumir a custódia da Embaixada da Argentina na Venezuela. Agradecemos também a representação momentânea dos interesses da República da Argentina e dos seus cidadãos ali”, disse Milei. “Não tenho dúvidas de que, em breve, reabriremos a nossa embaixada numa Venezuela livre e democrática”, completou.

De acordo com Milei, a equipe diplomática argentina deixou o país em retaliação por não reconhecer a vitória de Nicolás Maduro nas eleições. O presidente venezuelano anunciou que os embaixadores do Chile, Costa Rica, Peru, Panamá, República Dominicana e Uruguai também serão expulsos.

“Os laços de amizade que unem a Argentina ao Brasil são muito fortes e históricos. A Venezuela respeitará, portanto, as disposições da Convenção de Viena sobre relações diplomáticas e da Convenção de Viena sobre relações consulares”, argumentou Milei.


Além da representação diplomática, o Brasil assumiu o cuidado de seus prédios e, mais importante, dos seis asilados venezuelanos que residem sob a proteção do governo de Milei. Os protegidos fizeram parte da campanha de Edmundo González, que foi candidato da principal coalizão opositora à Presidência, e de María Corina Machado, a hoje maior líder opositora na Venezuela.

O agradecimento de Milei tem peso duplo. Isso porque o argentino não tem boa relação com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, além dos esforços de Brasília em manter diálogo com Maduro. A ampliação do isolamento diplomático venezuelano ocorre em meio aos questionamentos sobre a eleição na Venezuela.


A oposição, por sua vez, argumenta que houve fraude. O Brasil e diversos outros países fazem coro para que o presidente eleito apresente as atas eleitorais da eleição da Venezuela. Lula afirmou que não há nada “grave” nem “anormal” no processo e pediu que publique os documentos. Oficialmente, o governo brasileiro ainda não reconheceu a vitória de Maduro.

“Tem uma briga, como que vai resolver essa briga? Apresenta a ata. Se a ata tiver dúvida entre a oposição e a situação, a oposição entra com recurso e vai esperar na Justiça tomar o processo, e aí vai ter uma decisão, que a gente tem que acatar. Eu estou convencido de que é um processo normal, tranquilo. O que precisa é que as pessoas que não concordam têm o direito de se expressar e provar que não concordam e o governo tem o direito de provar que está certo. Na hora que tiver apresentado as atas e for consagrada que a ata é verdadeira, todos nós temos a obrigação de reconhecer o resultado eleitoral na Venezuela”, defendeu Lula.

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