Ministério das Relações Exteriores lamenta morte de adolescente brasileiro no Líbano
Em comunicado, governo condenou os ataques aéreos israelenses contra zonas civis densamente povoadas no país árabe
Brasília|Plínio Aguiar, do R7, em Brasília
O governo federal, por meio do Ministério das Relações Exteriores, divulgou uma nota nesta quinta-feira (26) em que lamenta a morte, no Vale do Bekka, no Líbano, do adolescente brasileiro Ali Kamal Abdallah, de 15 anos. “A Embaixada do Brasil em Beirute está prestando assistência aos familiares do menor”, diz o comunicado.
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A morte do brasileiro tinha sido confirmada pelo governo brasileiro na última quarta-feira (25). O adolescente e seu pai, de nacionalidade paraguaia, foram atingidos por explosão durante os bombardeios aéreos israelenses na região, na segunda-feira (23). Os familiares são de Foz do Iguaçu, no Paraná.
“Ao solidarizar-se com a família, o governo brasileiro reitera sua condenação, nos mais fortes termos, aos contínuos ataques aéreos israelenses contra zonas civis densamente povoadas no Líbano e renova seu apelo às partes envolvidas para que cessem imediatamente as hostilidades”, finaliza o comunicado.
O grupo terrorista Hezbollah e Israel possuem um histórico de tensões, que já resultou em uma guerra em 2006. Em outubro de 2023, o conflito na região se intensificou. Na ocasião, o também grupo terrorista Hamas invadiu Israel, resultando na morte e sequestro de civis. Israel, então, declarou guerra contra o Hamas e iniciou uma série de ofensivas na Faixa de Gaza. Hezbollah, por sua vez, começou a lançar foguetes contra o país a fim de demonstrar apoio ao Hamas e à população de Gaza.
Repatriação de brasileiros
O governo iniciou, na terça-feira (24), a coleta de informações de brasileiros e seus familiares de primeiro grau que estão no Líbano, tanto turistas quanto residentes, e que desejam receber o apoio. A medida foi adotada após a intensificação dos bombardeios pelas forças militares de Israel na região sul do Líbano, em uma ofensiva contra o grupo extremista Hezbollah. Atualmente, estima-se que cerca de 21 mil cidadãos brasileiros residam no território libanês, de acordo com o Itamaraty.
O Ministério das Relações Exteriores enviou instruções para a Embaixada do Brasil em Beirute para iniciar um processo de consulta com os brasileiros no país, buscando saber se o grupo deseja ajuda do governo brasileiro para ser repatriado. Embora o formulário disponibilizado pela embaixada não mencione diretamente uma operação de repatriação, há várias indicações de que os dados coletados podem ser utilizados para esse fim.
No formulário, o Itamaraty faz perguntas como nome e sobrenome (conforme o passaporte), data de nascimento, se a pessoa está no Líbano como turista ou residente (incluindo a situação migratória), se possui outra nacionalidade além da brasileira, se tem passagem aérea comercial de partida do Líbano e se já utilizou voos de repatriação anteriormente.