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Ministério Público aciona Justiça contra censura a filme de Gentili

A entidade ingressou com ação civil pública para derrubar despacho do Ministério da Justiça que pede retirada do filme do ar

Brasília|Bruna Lima, do R7, em Brasília

Cena do filme em que personagem interpretado por Fábio Porchat assedia dois garotos
Cena do filme em que personagem interpretado por Fábio Porchat assedia dois garotos

O MPF (Ministério Público Federal) entrou com uma ação civil pública para solicitar a suspensão imediata do despacho do Ministério da Justiça e Segurança Pública que mandou retirar do ar o filme Como Se Tornar o Pior Aluno da Escola, escrito e produzido pelo apresentador Danilo Gentili. Na análise do órgão, o ato do governo federal configura censura ao proibir que os consumidores exerçam a liberdade de escolher assistir ou não ao longa. 

"O objetivo dessa ação é corrigir uma violação à liberdade de expressão artística", alega o procurador da República Claudio Gheventer. De acordo com a ação do MPF, "a competência do Ministério da Justiça para proceder à classificação indicativa não lhe dá poderes para autorizar ou censurar uma obra".

O MPF sustenta, ainda, que a censura a uma obra não pode ser feita por meio do Ministério da Justiça e Segurança Pública, ainda que o filme possa conter cenas repulsivas e de mau gosto. A hipótese possível seria alterar a classificação indicativa do filme, mudando-a para 18 anos, defende o órgão na ação. 

Por meio do Despacho 625/2022 do Departamento de Proteção e Defesa do Consumidor da Senacon (Secretaria Nacional do Consumidor), o Ministério da Justiça e Segurança Pública determinou que as plataformas de streaming deixassem de disponibilizar o filme.


A Senacon estabeleceu cinco dias para que as empresas cumpram com a decisão, ficando elas sujeitas a multa diária de R$ 50 mil em caso de descumprimento. O despacho foi publicado no DOU (Diário Oficial da União) da última terça-feira (15). A pasta alegou que a medida seria necessária para proteção à criança e ao adolescente, tendo em vista que uma cena do longa faria apologia da pedofilia. 

Antes de determinar a retirada do filme do ar, o ministro da Justiça e Segurança Pública, Anderson Torres, antecipou que tomaria medidas contra o longa, declarando que a produção continha "detalhes asquerosos". Pelas redes sociais, ele disse: "Determinei que os vários setores do Ministério da Justiça adotem as providências cabíveis para o caso". 


O longa é de 2017, mas entrou para o catálogo da Netflix em fevereiro deste ano. O filme virou alvo de polêmica devido a uma cena em que o personagem interpretado por Fábio Porchat assedia sexualmente dois meninos. Também ator no longa, Danilo Gentili manifestou-se sobre o caso em uma postagem nas redes sociais. Ele chamou as críticas de "chilique" e de "falso moralismo".

"O maior orgulho que tenho na minha carreira é que consegui desagradar com a mesma intensidade tanto petista quanto bolsonarista. Os chiliques, o falso moralismo e o patrulhamento: veio forte contra mim dos dois lados. Nenhum comediante desagradou tanto quanto eu. Sigo rindo", provocou.

Gentili assina o roteiro, ao lado do diretor Fabrício Bittar e de André Catarinacho. Outros atores da produção são Bruno Munhoz, Daniel Pimentel e Carlos Villagrán.

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