MPF recorre contra decisão que absolveu Aécio por corrupção
Ação é referente ao "caso da mala de dinheiro"; procuradoria acusou o tucano de receber R$ 2 milhões em propina, mas ele nega
Minas Gerais|Pablo Nascimento, do R7
O MPF (Ministério Público Federal) apresentou, nesta sexta-feira (11), um recurso contra a decisão judicial que absolveu o deputado federal Aécio Neves (PSDB) pela acusação de corrupção passiva no "caso do dinheiro na mala".
Além de Aécio, foram inocentados a jornalista Andrea Neves, irmã do tucano; o ex-diretor da Cemig Frederico Pacheco, primo de Aécio; e o ex-assessor do ex-senador Zezé Perrella, Mendherson Lima.
O juiz Ali Mazloum, da 7ª Vara Criminal de São Paulo, alegou, nesta quarta-feira (10), que as provas coletadas não foram suficientes para sugerir a prática criminosa. A defesa de Aécio alegou que os R$ 2 milhões seriam referentes ao adiantamento da venda de um imóvel.
O MPF, no entanto, questionou a avaliação. "Não houve explicações sobre o motivo para a transação ter ocorrido sem a formalização de um contrato entre as partes. Tampouco esclareceu-se por que o dinheiro foi transportado em malas entre São Paulo e Minas Gerais, em vez de ser transferido por meio do sistema bancário", alegou o órgão.
O caso aconteceu em 2017. Na época, Aécio era senador. A acusação indica que o pedido foi feito pelo tucano e a irmã dele. O dinheiro teria sido recebido por Frederico Pacheco e Mendherson Lima.
"O MPF destaca que, embora não seja possível apontar quais favores o empresário recebeu em troca, o episódio caracterizou a mercantilização da função de senador ao configurar a compra de “boas relações” com Aécio", pontuou o MPF.
A reportagem tenta contato com os acusados. Sobre a absolvição, a defesa de Aécio comemorou o resultado. "A farsa foi desmascarada. Depois de cinco anos de explorações e injustiças, foi demonstrada a fraude montada por membros da PGR e por delatores que colocou em xeque o Estado Democrático de Direito no país", disse.