Ministra dos Povos Indígenas diz que não representa movimento ‘desorganizado’, após confusão na COP30
Protesto de militantes de esquerda e indígenas deixou ao menos dois seguranças feridos; governo brasileiro e ONU investigam episódio
Brasília|Ana Isabel Mansur, do R7, enviada especial a Belém
LEIA AQUI O RESUMO DA NOTÍCIA
Produzido pela Ri7a - a Inteligência Artificial do R7

A ministra dos Povos Indígenas, Sonia Guajajara, afirmou nesta quarta-feira (12) que não representa o movimento indígena “desorganizado”, em referência ao protesto (leia mais abaixo) feito na COP30, em Belém (PA), na terça (11).
A conferência da ONU (Organização das Nações Unidas) que discute as mudanças climáticas começou nessa segunda (10) e se estende até 21 de novembro na capital paraense.
“Nós falamos aqui pelo movimento organizado. Quem está desorganizado, a gente não representa, infelizmente”, declarou a ministra a jornalistas, durante breve marcha pelos corredores da COP30.
Sonia Guajajara caminhou ao lado de outras 15 mulheres indígenas de diferentes nacionalidades, para demonstrar a união em torno das causas comuns.
Segundo a ministra, o movimento indígena preparou-se para a COP30 e alinhou a representação inclusive com grupos de outros países. “Está aqui constatado que é a maior e melhor representação indígena na história das COPs”, comemorou.
“Temos 400 indígenas do Brasil e pelo menos 800 já confirmados indígenas do mundo, porque também fizemos essa articulação com movimento indígena internacional”, acrescentou Guajajara.
Leia também
Os povos indígenas participam das negociações da COP30. Durante a confusão de terça, segundo a ministra, o movimento organizado estava na inauguração da Aldeia COP, estrutura montada na UFPA para abrigar, durante a conferência, até 3.000 indígenas.
“Era o momento da nossa abertura, tínhamos ali oito ministros presentes, com autoridades indígenas. Então, a gente estava concentrado nesse momento de inaugurar a Aldeia COP”, completou.
Entenda
No início da noite dessa terça (11), um grupo de manifestantes formado por indígenas e movimentos de esquerda invadiu a área restrita da COP30 — a Zona Azul, onde ocorrem as discussões entre as autoridades.
Na confusão, ao menos dois seguranças ficaram feridos e alguns aparelhos de segurança foram danificados.
A ONU afirmou que houve “ferimentos leves e danos superficiais”. O episódio é investigado pelo governo brasileiro e pela ONU.
‘Vitalidade’ da democracia
Mais cedo, a secretária-executiva da COP30, Ana Toni, afirmou ao R7 que o protesto demonstra a “vitalidade” da democracia brasileira.
A secretária informou que os protocolos de segurança foram seguidos e destacou que “nunca teve uma COP com tanta participação dos povos indígenas”.
“Foi um pequeno grupo que quis fazer uma demonstração. Vivemos num país democrático e isso mostra também a vitalidade da nossa democracia. E está tudo bem, as negociações não pararam, está tudo indo. Faz parte, absolutamente, e sempre tem [protestos] nas COPs. Então, nada nos estranhou do acontecimento”, declarou.
Fique por dentro das principais notícias do dia no Brasil e no mundo. Siga o canal do R7, o portal de notícias da RECORD, no WhatsApp
