Ministro da Secretaria-Geral da Presidência comemora indicação de Marcio Pochmann para chefiar IBGE
Governo anunciou o atual presidente do Instituto Lula como novo chefe da entidade que é a principal provedora de dados do país
Brasília|Plínio Aguiar, do R7, e Renata Varandas, da Record TV
O ministro-chefe da Secretaria-Geral da Presidência da República, Márcio Macêdo, afirmou ter ficado feliz com a indicação de Marcio Pochmann para exercer o comando do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O anúncio foi feito por membro do governo nesta semana e causou ruído entre integrantes do primeiro escalão do Executivo.
"Eu fiquei muito feliz com a indicação. O IBGE tem que ser tratado com a importância que tem", afirmou Macêdo ao R7 e à Record TV. "Ele vem dessa geração de economistas que dialoga com Lula e com o PT. Eu acho que ele vai fazer um excelente trabalho no IBGE", completou o ministro.
A nomeação de Pochmann deve sair no Diário Oficial da União (DOU) nos próximos dias. O anúncio da indicação tinha sido feito pelo ministro-chefe da Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República, Paulo Pimenta, na última quarta-feira (26). O IBGE é uma entidade da administração pública federal que possui quatro diretorias e dois outros órgãos. Atualmente, a fundação está sob a presidência interina de Cimar Azeredo.
A escolha do economista, porém, não teria sido relatada à ministra Simone Tebet, que comanda o Ministério do Planejamento e Orçamento, responsável por abarcar o IBGE em sua estrutura. O episódio causou apreensão, uma vez que seria uma ingerência em seu ministério. De acordo com a titular, Pimenta não tinha conhecimento de que o presidente não havia citado o nome de Pochmann em uma das reuniões sobre o assunto no Palácio do Planalto.
Na última quarta-feira (26), Tebet falou em acatar qualquer nome sugerido por Lula e disse que deve conversar com o indicado nos próximos dias, em um diálogo sem "pré-julgamentos". A ministra do Planejamento e Orçamento chamou ainda de "erro de comunicação" o anúncio feito por Pimenta, mas minimizou o ruído causado.
"Foi um desencontro de informação do ministro das Comunicações [Comunicação Social da Previdência Social], de ter achado que o nome já estava pronto para ser anunciado, quando eu teria uma conversa com o presidente Lula na semana que vem", disse Tebet, que minimizou o desconforto causado pelo anúncio antecipado do nome de Pochmann. "Imagina se uma falha de comunicação vai atrapalhar um trabalho que mal começou ainda", completou.
Pochmann é pós-graduado em ciências políticas pela Associação de Ensino Superior do Distrito Federal, doutor em ciência econômica pela Universidade Estadual de Campinas e pesquisador do Centro de Estudos Sindicais e de Economia do Trabalho. O economista foi presidente do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) entre 2007 e 2012 e também da Fundação Perseu Abramo, ligada ao PT, entre 2012 e 2020. Atualmente, está na presidência do Instituto Lula, com sede em São Paulo.
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O nome do economista vem sendo defendido por membros do PT. A presidente do partido, Gleisi Hoffmann, enalteceu a escolha. "Indicação é muito bem-vinda. Intelectual histórico, Pochmann tem um olhar aguçado para as pesquisas na área social, é um democrata que pensa um Brasil mais justo. Em tempos de profunda desigualdade, é a escolha ideal para o cargo", afirmou.
Um dia após o anúncio do governo, Pochmann fez uma publicação nas redes sociais. A postagem traz a imagem do livro O Professor É o Inimigo — Uma Análise sobre a Perseguição Docente no Brasil, escrito por Pâmela Passos e Amanda Mendonça.