Ministros oscilam entre atenção e cansaço com voto de mais de 8 h de Fux; leia bastidor
Luiz Fux superou o extenso voto de cinco horas do relator Moraes
Brasília|Do Estadão Conteúdo
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Às 17h46 da tarde desta quarta-feira (10), o ministro Alexandre de Moraes bocejou longamente. Ciente de que estava sendo observado por advogados e jornalistas, logo cobriu a boca.
Antes disso, o procurador-geral da República, Paulo Gonet, que demonstrava cansaço no semblante, se ausentou do plenário da Primeira Turma do STF (Supremo Tribunal Federal) por mais de 10 minutos e retornou com o rosto ainda esboçando seriedade e fadiga.
Pouco tempo depois, Moraes fez o mesmo e deixou a sua cadeira também por 10 minutos. Mas o dia não começou assim.
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Pela manhã, o ministro Luiz Fux gozava de plena atenção dos pares, mas o foco dos colegas minguou à medida que o voto dele se arrastou tarde adentro gerando uma sessão extraordinária adicional no julgamento do núcleo crucial da trama golpista. A pauta de votação definida inicialmente pelo presidente da Turma, Cristiano Zanin, previa apenas cerca de 4 horas de discussão na parte inicial do dia.
Fux superou o extenso voto de cinco horas do relator Moraes. A fundamentação jurídica apresentada pelo ministro ultrapassou oito horas e requereu duas pausas de 10 minutos, além de uma hora de almoço. A explanação inicial do ministro foi ouvida atentamente pelos pares sem interrupção, o que requereu ainda mais foco das pessoas presentes na Primeira Turma, já que no dia anterior ele havia avisado aos colegas que não gostaria de ser confrontado em seus argumentos.
Antes da pausa para o almoço, por volta das 13h, era possível observar os ministros Moraes, Cármen Lúcia e Flávio Dino tomando notas e analisando documentos enquanto ouviam o voto de Fux. Esse comportamento mudou na parte da tarde, quando foi possível ver magistrados como Moraes e Dino mexendo no celular, tomando café e olhando para a luz branca no teto por alguns segundos. Cármen seguiu organizando papéis e escrevendo.
Zanin, na condição de presidente da Primeira Turma, oscilava o olhar entre o notebook posicionado à sua frente e o rosto de Fux. Foi assim durante todo o dia. O ministro mudou de postura poucas vezes durante o julgamento, apenas para tirar os óculos e coçar os olhos.
Fux anunciou na última terça-feira (9), que o seu voto seria extenso, mas poucos esperavam que a explanação se estendesse tanto. O ministro dividiu a sua fundamentação oral entre uma análise aprofundada das questões preliminares, uma longa explicação teórica sobre cada um dos crimes em discussão e a individualização das condutas de cada um dos réus, com apresentação de diferentes motivos para absolver e condenar por cada uma das acusações.
Ainda na parte da manhã, Fux acabou fazendo um teste de atenção com a plateia da Primeira Turma, mesmo que sem intenção. O ministro discorria sobre a jurisprudência do STF quando falou a palavra “vista”, que significa suspensão do julgamento.
A menção demonstrou que parte das pessoas presentes no plenário não estava inteiramente focada em seu voto, pois logo deu-se início a um burburinho sobre se o ministro paralisaria a votação depois de apresentar tantos argumentos. Moraes, que seguia atento, deu risada.
Perguntas e Respostas
Qual foi a reação dos ministros durante o voto de Luiz Fux?
Durante o voto de Luiz Fux, os ministros mostraram sinais de cansaço. O ministro Alexandre de Moraes chegou a bocejar e se ausentou do plenário por 10 minutos, assim como o procurador-geral da República, Paulo Gonet, que também demonstrou fadiga. Na parte da tarde, alguns ministros, como Moraes e Flávio Dino, foram vistos mexendo no celular e tomando café, enquanto Cármen Lúcia continuou organizando papéis.
Quanto tempo durou o voto de Luiz Fux?
O voto de Luiz Fux durou mais de oito horas, superando o voto de cinco horas do relator Alexandre de Moraes. Fux fez duas pausas de 10 minutos e uma hora para o almoço durante sua explanação.
Como foi a dinâmica da sessão no STF?
A sessão começou com os ministros atentos ao voto de Fux, mas a concentração diminuiu ao longo do tempo. No início, os ministros estavam tomando notas e analisando documentos, mas, na parte da tarde, a atenção pareceu dispersar, com alguns ministros se distraindo e outros organizando papéis.
O que Fux abordou em seu voto?
Fux fez uma análise aprofundada das questões preliminares, uma explicação teórica sobre os crimes em discussão e individualizou as condutas de cada réu, apresentando motivos para absolver e condenar em relação a cada acusação.
Houve algum momento de descontração durante a sessão?
Sim, houve um momento em que Fux mencionou a palavra “vista”, que significa suspensão do julgamento, o que gerou burburinho entre os presentes, indicando que parte da plateia não estava totalmente focada. Moraes, que estava atento, chegou a rir da situação.
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