Moraes arquiva investigação sobre 6 empresários suspeitos de tramar golpe em grupo de WhatsApp
Ministro do STF, no entanto, manteve investigação sobre dois deles: Luciano Hang e Meyer Nigri
Brasília|Gabriela Coelho, do R7, em Brasília
O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes arquivou ação sobre empresários suspeitos de defender um golpe de Estado em um grupo de WhatsApp e por financiamento de atos extremistas. Moraes determinou o arquivamento das investigações em relação a José Isaac Peres (Multiplan), Ivan Wrobel (W3 Engenharia), José Koury (Barra World Shopping), André Tissot (Grupo Sierra), Marco Aurélio Raimundo (Mormaii) e Afrânio Bandeira (Coco Bambu).
Na decisão, que está sob sigilo, Moraes considerou que "a investigação carece de elementos indiciários, restando a patente ausência de justa causa" contra eles.
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A investigação começou em agosto do ano passado, depois da divulgação de prints de conversas do grupo de empresários. Havia a suspeita de que eles teriam arquitetado um golpe de Estado no Brasil.
Investigação mantida
O ministro Alexandre de Moraes manteve a investigação, no entanto, sobre os empresários Luciano Hang, da Havan, e Meyer Nigri, fundador da construtora Tecnisa.
"Nós vamos aguardar o desenvolvimento das investigações. Nós temos absoluta certeza de que ele não praticou crime algum contra o Estado Democrático de Direito", afirma o advogado de Nigri, Alberto Toron. "Ele recebeu uma ou outra mensagem do presidente da República, repassou para pouquíssimos grupos... Ele não tem Facebook, não tem Instagram, não tem nenhuma plataforma de disseminação em massa de notícias ou mensagens. Não é uma pessoa que tinha envolvimento com disseminação de fake news", afirmou.
O R7 ainda não conseguiu contato com a defesa de Hang.
À época da divulgação das suspeitas, o empresário afirmou que não apoiava golpe de Estado. "Que eu saiba, no Brasil, ainda não existe crime de pensamento e opinião. Em minhas mensagens em um grupo fechado de WhatsApp está claro que eu nunca, em momento algum, falei sobre golpe ou sobre STF [Supremo Tribunal Federal]", disse Hang.
"Sigo tranquilo, pois estou ao lado da verdade e com a consciência limpa. Desde que me tornei ativista político, prego a democracia e a liberdade de pensamento e expressão, para que tenhamos um país mais justo e livre para todos os brasileiros", acrescentou.