Moraes autoriza condicional de Daniel Silveira, mas proíbe contato com Bolsonaro e Cid
Ex-deputado está preso desde fevereiro de 2023, quando perdeu a imunidade parlamentar
Brasília|Gabriela Coelho e Rafaela Soares, do R7, em Brasília
O ministro do STF (Supremo Tribunal Federal), Alexandre de Moraes, autorizou nesta sexta-feira (20) a progressão de regime para Daniel Silveira, preso desde fevereiro de 2023 (relembre o caso abaixo). Segundo o magistrado, o ex-parlamentar apresentou “bom comportamento carcerário durante a execução da pena” e “bom desempenho no trabalho que lhe foi atribuído”. No entanto, Silveira deverá cumprir uma série de requisitos para permanecer em liberdade, como o uso de tornozeleira eletrônica, além da proibição de qualquer tipo de contato com indiciados em processos no STF, incluindo o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), Mauro Cid, Walter Braga Netto, Valdemar Costa Neto e Alexandre Ramagem (PL-RJ).
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A PGR (Procuradoria-Geral da República) se manifestou a favor da concessão de liberdade condicional para Silveira. Segundo o órgão, “confirmou-se o cumprimento de mais de 1/3 da pena, bem como os requisitos de ordem subjetiva, incluindo a presunção de que não voltará a delinquir, conforme o artigo 83 do Código Penal”. Silveira foi condenado a 8 anos e 9 meses de prisão em 2022 por declarações contra a Corte. Além de Moraes, os ministros Edson Fachin, Roberto Barroso, Dias Toffoli, Gilmar Mendes e Marco Aurélio votaram pela condenação.
Contato proibido
Para a concessão da liberdade condicional, Moraes proibiu o contato, incluindo por redes sociais, com 42 pessoas que estão sendo investigadas ou já indiciadas em processos da Corte. Veja a relação completa:
- Ailton Gonçalves Moraes Barros;
- Alexandre Castilho Bitencourt Da Silva;
- Alexandre Rodrigues Ramagem;
- Almir Garnier Santos;
- Amauri Feres Saad;
- Anderson Gustavo Torres;
- Anderson Lima De Moura;
- Angelo Martins Denicoli;
- Aparecido Andrade Portela;
- Augusto Heleno Ribeiro Pereira;
- Bernardo Romao Correa Netto;
- Carlos Cesar Moretzsohn Rocha;
- Carlos Giovani Delevati Pasini;
- Cleverson Ney Magalhães;
- Estevam Cals Theophilo Gaspar De Oliveira;
- Fabrício Moreira De Bastos;
- Filipe Garcia Martins;
- Fernando Cerimedo;
- Giancarlo Gomes Rodrigues;
- Guilherme Marques De Almeida;
- Hélio Ferreira Lima;
- Jair Messias Bolsonaro;
- José Eduardo De Oliveira E Silva;
- Laércio Vergilio;
- Lucas Guerellus;
- Marcelo Bormevet;
- Marcelo Costa Câmara;
- Mario Fernandes;
- Mauro Cesar Barbosa Cid;
- Nilton Diniz Rodrigues;
- Paulo Renato De Oliveira Figueiredo Filho;
- Paulo Sérgio Nogueira De Oliveira;
- Rafael Martins De Oliveira;
- Reginaldo Vieira de Abreu;
- Rodrigo Bezerra Azevedo;
- Ronald Ferreira De Araujo Junior;
- Sergio Ricardo Cavalieri De Medeiros;
- Tércio Arnaud Tomaz;
- Valdemar Costa Neto;
- Walter Souza Braga Netto;
- Wladimir Matos Soares.
Relembre
Silveira foi condenado pelo STF pelos crimes de coação no curso do processo e de ameaça ao Estado democrático de direito. Votaram pela condenação o relator, Alexandre de Moraes, e os ministros Edson Fachin, Roberto Barroso, Rosa Weber, Dias Toffoli, Cármem Lúcia, Ricardo Lewandowski e Gilmar Mendes. André Mendonça também votou pela condenação, mas com uma pena menor: de 2 anos e 4 meses, em regime inicial aberto, mais multa. Nunes Marques entendeu que o réu deveria ser absolvido.