Moraes permite desconto de pena de condenado por quebrar relógio histórico no 8/1
Condenado por depredar patrimônio no 8 de Janeiro terá 66 dias abatidos da pena por trabalho e leitura na prisão, decide Moraes
Brasília|Do Estadão Conteúdo
RESUMO DA NOTÍCIA
Produzido pela Ri7a - a Inteligência Artificial do R7

O ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal), permitiu nesta terça-feira (29), que o homem responsável por quebrar o relógio histórico de Dom João VI durante os atos golpistas de 8 de janeiro de 2023 desconte 66 dias de sua pena por ter trabalhado na penitenciária e feito a leitura de um livro.
O mecânico Antônio Cláudio Alves Ferreira foi condenado a 17 anos de prisão por abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado, associação criminosa armada, dano qualificado e deterioração de patrimônio tombado. Ele foi preso preventivamente em janeiro de 2023.
Em 19 de junho deste ano, o juiz Lourenço Migliorini Fonseca Ribeiro, da Vara de Execuções Penais de Uberlândia (MG), concedeu progressão de pena para Antônio Ferreira.
O magistrado afirmou que o condenado cumpriu o tempo mínimo de pena exigido por lei, não cometeu faltas graves e teve boa conduta.
Ao tomar a decisão, o juiz ainda dispensou o uso de tornozeleira eletrônica, alegando que o estado de Minas Gerais não dispunha do equipamento, mas que o réu não poderia ser prejudicado pela situação.
Moraes reverte decisão
A decisão, no entanto, foi revertida por Moraes. O ministro ordenou que Antônio retornasse ao Presídio Professor Jacy de Assis, em Uberlândia, o que ocorreu em 21 de junho.
Moraes ainda iniciou uma investigação contra o juiz responsável por soltar o mecânico, afirmando que o magistrado teria expedido sentença fora do âmbito em que podia atuar.
O relógio quebrado por Antônio tem origem francesa. Confeccionado por Balthazar Martinot e André Boulle, existem apenas duas peças como esta no mundo, uma no Brasil e outra no Palácio de Versalles, na França.
Um ano depois dos atos extremistas do 8 de Janeiro, 33 obras de arte continuam sendo restauradas ou aguardam pelo reparo
Um ano depois dos atos extremistas do 8 de Janeiro, 33 obras de arte continuam sendo restauradas ou aguardam pelo reparo
O relógio foi trazido ao Brasil por D. João VI, em 1808. A peça foi um presente da coroa francesa à portuguesa.
Nas semanas seguintes ao 8 de Janeiro, a Embaixada da Suíça ofereceu ajuda ao governo federal para restaurar a peça, por deter conhecimento histórico na relojoaria. O item foi consertado e retornou ao Brasil um ano depois.
Fique por dentro das principais notícias do dia no Brasil e no mundo. Siga o canal do R7, o portal de notícias da Record, no WhatsApp




















