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Moraes tira sigilo de inquérito sobre venda ilegal de joias e manda PGR se manifestar

O ministro considerou que, com o relatório final do caso apresentado pela Polícia Federal, não persiste razão para manter o processo sob sigilo

Brasília|Gabriela Coelho, do R7, em BrasíliaOpens in new window


Gabinete de Moraes reagiu após reportagem Antônio Augusto/Secom/TSE

O ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal), retirou nesta segunda-feira (8) o sigilo do caso das joias e enviou o processo para a PGR (Procuradoria-Geral da República). Agora, o órgão terá o prazo de 15 dias para pedir mais provas, arquivar o caso ou apresentar denúncia. O ministro considerou que, com o relatório final do caso apresentado pela Polícia Federal na semana passada, não persiste razão para manter o processo sob sigilo.

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Na semana passada, a Polícia Federal entregou ao STF o relatório de indiciamento do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e auxiliares dele por vendas ilegais de joias presenteadas por autoridades internacionais. A PF acredita ter provas robustas para incriminar Bolsonaro e ex-assessores. Os crimes atribuídos ao ex-presidente foram de peculato (desvio de dinheiro público), associação criminosa e lavagem de dinheiro. A RECORD e o R7 procuraram a defesa de Bolsonaro e o próprio ex-presidente. O espaço segue aberto para o posicionamento.

Além de Bolsonaro, foram indiciados por peculato:

  • Bento Albuquerque, ex-ministro de Minas e Energia;
  • Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro;
  • José Roberto Bueno, ex-chefe de gabinete do Ministério de Minas e Energia;
  • Julio Cesar Vieira Gomes, ex-secretário da Receita Federal;
  • Marcelo Vieira, ex-chefe de gabinete de documentação histórica da Presidência; e
  • Marcos André Soeiro, ex-assessor de Bento Albuquerque.

Além disso, foram indiciados por lavagem de dinheiro e crime de associação criminosa:


  • Fábio Wajngarten, ex-chefe da Secretaria de Comunicação Social de Bolsonaro;
  • Frederick Wassef, advogado de Bolsonaro;
  • Marcelo Costa Câmara, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro;
  • Mauro Cesar Lourena Cid, general e pai de Mauro Cid; e
  • Osmar Crivelatti, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro

Julio Cesar Vieira Gomes também foi indiciado pela prática do crime funcional de advocacia administrativa perante a administração fazendária.

Operação

Em agosto de 2023, a Polícia Federal fez uma operação de combate a crimes de peculato e lavagem de dinheiro ligados ao caso das joias recebidas pelo ex-presidente Jair Bolsonaro de estados estrangeiros. Os investigados são suspeitos de ter vendido joias e presentes oficiais ganhos.


Segundo a PF, eles teriam utilizado “a estrutura do Estado brasileiro para desviar bens de alto valor patrimonial, entregues por autoridades estrangeiras em missões oficiais a representantes do Estado, por meio da venda desses itens no exterior”.

As quantias obtidas com essas operações, segundo a investigação, “ingressaram no patrimônio pessoal dos investigados por meio de pessoas interpostas e sem usar o sistema bancário formal, para ocultar a origem, a localização e a propriedade dos valores”. A Polícia Federal não informou o lucro que os suspeitos teriam obtido com a venda das joias e dos presentes.


Também em agosto do ano passado, o ministro Alexandre de Moraes autorizou o Ministério da Justiça e Segurança Pública a solicitar ao Departamento de Justiça dos Estados Unidos a ajuda do FBI, a Polícia Federal dos EUA, no caso.

Apesar de Bolsonaro e a mulher, Michelle Bolsonaro, não terem sido alvo de operação sobre as joias a época, o relatório de investigação mostra que pode haver relação direta deles com o caso.

O uso de um avião público para transportar bens a serem vendidos nos Estados Unidos e as mensagens que organizam a entrega “em mãos” de US$ 25 mil ao ex-presidente estão entre os indícios encontrados pela PF.


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