Moraes defende reabertura da investigação contra Valdemar Costa Neto por trama golpista
Ministro quer reabrir inquérito por suposta atuação na disseminação de falsas suspeitas contra as urnas eletrônicas em 2022
Brasília|Do R7, em Brasília
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O ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal), defendeu, nesta terça-feira (21), reabertura da investigação contra o presidente do PL, Valdemar Costa Neto, por suposta participação na trama golpista que visava abolir o Estado Democrático de Direito.
O pedido foi feito durante o julgamento do chamado núcleo da desinformação, um dos braços da investigação sobre os atos antidemocráticos.
Moraes propôs que, caso seja confirmada a condenação de Carlos César Rocha — presidente do Instituto Voto Legal e responsável pelo relatório que questionou a lisura das urnas eletrônicas em 2022 —, o material do processo sirva de base para reabrir o inquérito contra Valdemar.
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“Voto de extrairmos cópias da delação [do réu Carlos César Rocha] e de todo o acervo probatório para a remessa da PET 12100 para, nos termos do artigo 19 do Código de Processo Penal, reabrirmos a investigação e análise dos crimes de organização criminosa e tentativa de abolição do Estado Democrático de Direito em relação ao presidente do PL, Valdemar Costa Neto”, afirmou Moraes.
O ministro argumentou que não faria sentido condenar apenas o técnico responsável pela elaboração do relatório fraudulento sem apurar novamente a conduta de quem teria se beneficiado politicamente de seu conteúdo.
Em 2022, o PL contratou o Instituto Voto Legal para produzir um documento que colocava em dúvida a confiabilidade de parte das urnas eletrônicas usadas no segundo turno das eleições presidenciais.
Com base nesse relatório, o partido ingressou com uma ação no TSE (Tribunal Superior Eleitoral) pedindo a anulação de quase metade das urnas, o que, na prática, invalidaria votos do pleito. A Corte rejeitou a ação e condenou o PL a pagar multa de R$ 23 milhões por litigância de má-fé.
Valdemar Costa Neto chegou a ser indiciado pela Polícia Federal por tentativa de golpe de Estado, mas não foi denunciado pela PGR (Procuradoria-Geral da República). A corporação apontou que o dirigente teve papel central na estratégia que buscava desacreditar o sistema eletrônico de votação e sustentar manifestações golpistas em frente a quartéis.
Na sustentação oral, o advogado de Carlos César Rocha, Melilo Dinis, afirmou que o presidente do PL coordenava as tratativas para a elaboração do relatório e deveria ser o responsável pelas decisões políticas que se seguiram.
“Atribuir uma conduta dolosa a partir de uma reunião e participação em organização criminosa dentro desse contexto me parece algo exagerado”, disse Dinis.
Segundo ele, Valdemar declarou em juízo que o trabalho de Rocha foi “exclusivamente técnico” e que “eventuais declarações de caráter político” eram de responsabilidade pessoal do ex-deputado.
“Valdemar Costa Neto, e eu acho que isso é importante, era quem gerenciava todo tipo de diálogo, inclusive com a imprensa, com os candidatos, com a chapa perdedora que, inconformada, transformou esse país em um inferno.”
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