Morre, aos 82 anos, o diretor de teatro Hugo Rodas
Conhecido internacionalmente, Rodas esteve recentemente internado para tratar um câncer de intestino
Brasília|Lucas Nanini e Luiz Calcagno, do R7, em Brasília
O diretor de teatro Hugo Rodas, de 82 anos, morreu nesta quarta-feira (13). Professor aposentado da UnB (Universidade de Brasília) e um dos grandes nomes da arte internacional, ele esteve internado em um hospital particular de Brasília recentemente para lutar contra um câncer no intestino, do qual vinha se recuperando.
Rodas é uruguaio da cidade de Juan Lacaze e vivia na capital brasileira desde 1975. Também ator, coreógrafo, bailarino e figurinista, o artista é uma das referências em linguagem teatral em todo o mundo e formou gerações de alunos em Brasília. Há 12 anos ele mantinha a companhia ATA (Agrupação Teatral Amacaca), também no Distrito Federal.
Entre os destaques de seus trabalhos, estão as parcerias com nomes como Antônio Abujamra. Rodas foi codiretor de espetáculos como Lady Macbeth, montagem estrelada por Marília Gabriela; Cantadas, monólogo de Denise Stoklos; e Os Demônios. Ele também foi o responsável pelas coreografias nos primeiros shows do cantor Oswaldo Montenegro.
Com Os Saltimbancos, venceu o Prêmio do Serviço Nacional do Teatro de 1977, como o melhor espetáculo infantil. Em 1997, ganhou o Prêmio Shell pela direção da montagem Doroteia, juntamente com Adriano Guimarães e Fernando Guimarães.
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Na dança, alguns dos trabalhos de maior destaque são Senhora dos Afogados, A Casa de Bernarda Alba, A Menina dos Olhos, Romeu e Julieta, O Olho da Fechadura, The Globe Circus, Shakespeare in Concert, Arlequim: Servidor de Dois Patrões, Rosanegra — Uma Saga Sertaneja, O Rinoceronte e Adubo ou a Sutil Arte de Escoar pelo Ralo.
Docente do Departamento de Artes Cênicas da UnB, ele era professor-pesquisador da instituição, pela qual também recebeu os títulos de Notório Saber em Artes Cênicas, em 1998, e de Professor Emérito, em 2014.
Por meio de nota, a Secretaria de Cultura e Economia Criativa do DF lamentou a morte de Rodas. “Perdemos um mestre do palco, um criador inquieto movido pela força dos movimentos corporais. Foram mais de quatro décadas e meia formando intérpretes nos palcos e em salas de aulas prontos para ocuparem teatros do mundo”, destacou o secretário, Bartolomeu Rodrigues, no texto.
Na mensagem, a pasta destacou a importância do diretor para o teatro da capital federal. “Hugo Rodas marcou a construção do teatro brasiliense com a criação do Grupo Pitu, nos anos 1970, criando montagens antológicas como Os Saltimbancos (1977). Fundou o Teatro Universitário Candango (Tucan), que inovou a cena teatral. Da UnB, saíram montagens marcantes como Adubo ou a Sutil Arte de Escoar pelo Ralo e Os Rinocerontes”, elencou.