Morte de Marielle foi planejada com acordo para investigação não avançar, diz PF
Garantia teria sido feita entre irmãos Brazão, mentores do crime, e delegado Rivaldo Barbosa; os três foram presos neste domingo
Brasília|Ana Isabel Mansur e Gabriela Coelho, do R7, em Brasília
O assassinato da vereadora Marielle Franco, em março de 2018, foi planejado com garantia de que a investigação sobre o crime não prosperaria, como aponta relatório da Polícia Federal sobre o caso enviado ao STF (Supremo Tribunal Federal). O acordo teria sido feito entre os irmãos Domingos e Chiquinho Brazão, mentores do crime, e o delegado Rivaldo Barbosa. Os três foram presos na manhã deste domingo (24). O ato também tirou a vida do motorista Anderson Gomes.
Barbosa chefiava a Delegacia de Homicídios do Rio de Janeiro e, um dia antes das mortes de Marielle e Anderson, tomou posse como chefe da Polícia Civil do RJ.
"A investigação dos homicídios foi, antes mesmo da prática do delito, talhada para ser natimorta, mediante ajuste prévio dos autores intelectuais com o então responsável pela apuração de todos os homicídios ocorridos no Rio de Janeiro", destaca o relatório da PF.
Segundo a corporação, os irmãos Brazão pagaram por dois serviços — "a execução em si, por meio de Edmilson Macalé e Ronnie Lessa; e a garantia prévia da impunidade junto à organização criminosa instalada na Divisão de Homicídios da PCRJ, comandada por Rivaldo Barbosa".
Macalé foi morto em outubro de 2021, e Lessa está preso desde 2019. Chiquinho e Domingos foram citados por Lessa em delação premiada.