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MP da Esplanada teve 20 'traições' de deputados de partidos com ministérios no governo

MDB, PSD e União Brasil foram responsáveis por 16% dos 125 votos contra a atual gestão; juntas, legendas comandam nove ministérios

Brasília|Clarissa Lemgruber. do R7, em Brasília

20 deputados da base votaram contra o governo
20 deputados da base votaram contra o governo 20 deputados da base votaram contra o governo

Apesar da aprovação na Câmara dos Deputados, a votação da medida provisória que trata da reestruturação da Esplanada mostrou que o número de "traições" na base do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) segue alto. Dos 125 votos contra o atual governo, 20 — o equivalente a 16% — vieram de deputados de partidos que ocupam ministérios, como MDB, PSD e União Brasil.

O número de dissidentes caiu em relação à votação do marco temporal, mas continua acendendo um alerta para o governo. Na votação de terça (30), foram 99 votos contra o governo de siglas da base governista, o equivalente a 35%.

Juntas, as três legendas têm representantes de nove ministérios da Esplanada. Desse grupo, o partido com mais votos contrários à medida foi o União Brasil, com 15 "nãos".

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A sigla comanda as pastas do Turismo (Daniela Carneiro) e Comunicações (Juscelino Filho). O ministro da Integração, Waldez Góes, foi indicado ao cargo na cota da sigla, mas nunca chegou a se filiar à legenda. A assessoria informou apenas que ele se licenciou do PDT.

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No MDB, três deputados votaram contra o governo. O partido indicou os titulares do Planejamento (Simone Tebet), Transportes (Renan Filho) e Cidades (Jader Filho).

Responsável por comandar os ministérios da Agricultura (Carlos Fávaro), Pesca (André de Paula) e Minas e Energia (Alexandre Silveira), o PSD teve dois votos contra a MP.

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Apenas PT, PDT, PSB, PSOL e Rede, que compõem a coligação do governo, tiveram 100% de fidelidade de seus parlamentares na votação desta quarta-feira (31).

Antes de votar o texto, o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), endureceu o discurso ao afirmar que há uma "insatisfação generalizada dos deputados" por causa da desarticulação do governo.

“Venho alertando dessa falta de ação de pragmatismo na resolutividade do dia a dia, na falta de atenção. Vamos conversar e sentir se a Câmara dará mais uma vez o crédito ao governo”, afirmou Lira.

Votação

A Câmara aprovou nesta quarta-feira (31), com alterações, a medida provisória que trata da reestruturação da Esplanada. O texto gera perda de atribuições aos ministérios do Meio Ambiente e Mudança do Clima e dos Povos Indígenas. A votação contou com 337 votos favoráveis, 125 contrários e 1 abstenção.

A aprovação da MP ocorreu apesar da dificuldade de articulação do governo no Congresso e da ausência de acordo entre os partidos sobre o tema. Deputados ainda avaliam destaques.

Mais cedo, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) convocou ministros para uma reunião fora da agenda no Palácio da Alvorada e telefonou para Lira, na tentativa de afinar as expectativas sobre a votação.

O texto da MP da Esplanada foi alterado após resistência do governo na comissão mista que analisou a matéria. Com isso, o relatório, de autoria do deputado Isnaldo Bulhões (MDB-AL), que foi à votação no plenário, esvaziou os ministérios do Meio Ambiente e dos Povos Indígenas.

Por causa da falta de tempo hábil para negociar as alterações, a bancada governista abriu mão de fazer mudanças para resgatar o texto original. A aposta desses parlamentares para devolver as competências aos ministérios enfraquecidos passa a ser nos vetos presidenciais.

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