Logo R7.com
Logo do PlayPlus
R7 Brasília

MP investiga show de Gusttavo Lima com cachê de R$ 800 mil pago por prefeitura de Roraima

Município de São Luiz, em Roraima, tem população de 8 mil habitantes e o segundo menor PIB do estado

Brasília|Hellen Leite, do R7, em Brasília

Gusttavo Lima canta em show em Barra Grande (BA), em fevereiro de 2022
Gusttavo Lima canta em show em Barra Grande (BA), em fevereiro de 2022

O Ministério Público de Roraima informou nesta quarta-feira (25) que instaurou um inquérito para investigar a contratação de um show do cantor Gusttavo Lima no valor de R$ 800 mil pela Prefeitura de São Luiz. A apresentação está prevista para acontecer em dezembro, na 24ª edição da vaquejada na cidade, e também terá as participações da dupla Cesar Menotti e Fabiano e da cantora Solange Almeida.

Com população de cerca de 8 mil habitantes, São Luiz tem o segundo menor PIB do estado de Roraima, avaliado em R$ 147,6 milhões. A promotoria quer saber como os recursos foram arrecadados para pagar o evento e se haverá algum tipo de retorno para o município. No total, a vaquejada deve custar R$ 3 milhões aos cofres municipal. A Executivo local tem dez dias para enviar as respostas ao Ministério Público.

Leia também: Mulher é agredida durante show de Gusttavo Lima no DF

O sertanejo Gusttavo Lima tem o cachê mais alto do Brasil, chegando a cobrar até R$ 1 milhão por show. A contratação do artista repercutiu no Twitter, com um dos posts sobre o assunto alcançando 79 mil curtidas em 24 horas. "Cada habitante pagou cerca de 100 reais para o show acontecer. Idosos, bebês, todos pagaram. Claro que não precisam de Lei Rouanet", destaca um perfil que compartilhou a notícia do evento.


Procurada, a Prefeitura de São Luiz ainda não se manifestou sobre a repercussão do evento. A assessoria de Gusttavo Lima também foi questionada pelo R7, mas também não enviou resposta até a última atualização desta reportagem. O espaço segue aberto para manifestações.

Justiça já cancelou shows suspeitos

Em abril, um show do cantor Wesley Safadão também virou caso na Justiça após o Ministério Público do Maranhão pedir a suspensão do evento contratado pela prefeitura de Vitória do Mearim, no norte do estado. A cidade tem 30 mil habitantes.

Após a contestação, o ministro Humberto Martins, do Superior Tribunal de Justiça, caracterizou o espetáculo como "lesão à ordem e à economia públicas". Ele afirmou que a despesa de R$ 500 mil é incompatível com a realidade orçamentária do município maranhense. Para o Ministério Público, a realização do evento comprometeria a oferta de serviços públicos básicos à população, já que as despesas seriam pagas com dinheiro público. O show do artista foi contratado sem licitação.

Últimas


Utilizamos cookies e tecnologia para aprimorar sua experiência de navegação de acordo com oAviso de Privacidade.