MPDFT quer informações sobre suposta invasão de terras por PMs
Supostos crimes de loteamento irregular, extorsão e ameaça teriam ocorrido contra moradores de assentamentos no DF
Brasília|Jéssica Moura, do R7, em Brasília
A Corregedoria da Polícia Militar tem dez dias para encaminhar ao Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT) informações sobre a suposta participação de um grupo de militares em crimes de extorsão de moradores e loteamentos irregulares na área dos assentamentos 26 de Setembro e Cana do Reino.
A 3ª Promotoria de Justiça Militar protocolou o pedido nesta quinta-feira (7) e quer apurar a denúncia de chacareiros da região sobre os crimes. Eles alegam que policiais militares lotados na Estrutural, no Sol Nascente e na região da Cana do Reino, perto de Vicente Pires, estariam escoltando grupos que invadem as propriedades e ocupam parte da área. Alguns chegariam até a erguer edificações nas chácaras. Uma proprietária teria sido ameaçada para permitir a ocupação.
Agora, o MPDFT quer saber se a Corregedoria da PM abriu investigação sobre os casos e se apura que PMs estão se valendo da função pública para praticar os crimes. "Em caso negativo, requisita a imediata instauração de procedimento de apuração preliminar para a colheita de elementos indiciários que justifiquem a instauração de inquérito policial militar", escreveu o promotor Flávio Augusto Milhomem no ofício encaminhado à Corregedoria.
Procurada, a Corregedoria da PM informou que "à Polícia Militar do Distrito Federal cabe cumprir as requisições do Ministério Público, estando sempre disposta a colaborar, pois a corporação não admite nem compactua com desvios de conduta".
A regularização dos assentamentos, perto de Taguatinga e Vicente Pires, é alvo de debates entre o Legislativo e o Executivo. Por estar inserido em área rural, o 26 de Setembro não consta da estratégia de regularização do Plano Diretor de Ordenamento Territorial (Pdot). A Cana do Reino também é núcleo rural.