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MPF pede informações sobre uso de verbas federais em megaoperação no Rio de Janeiro

Procurador questiona se Fundo Nacional foi utilizado corretamente

Brasília|Da Agência Brasil

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LEIA AQUI O RESUMO DA NOTÍCIA

  • MPF solicita informações sobre uso de verbas do Fundo Nacional de Segurança Pública na operação no RJ.
  • Operação resultou na morte de 121 pessoas, incluindo quatro policiais, e levantou questões sobre uso excessivo da força.
  • Documentos requisitados incluem detalhes sobre repasses e aquisição de equipamentos utilizados na operação.
  • O episódio pode configurar grave violação de direitos humanos, com risco de responsabilização internacional do Estado brasileiro.

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Rio de Janeiro (RJ), 31/10/2025 – Sepultamento de Ravel Rios uma das vitimas da operação contenção, no cemitério de cemitério de Inhaúma.
Foto: Joédson Alves/Agência Brasil
Procurador do MPF disse que megaoperação resultou em um número elevado de mortes Joédson Alves/Agência Brasil - 31.10.2025

O MPF (Ministério Público Federal) requisitou ao Governo do Rio de Janeiro e à União informações sobre a eventual utilização de verbas do FNSP (Fundo Nacional de Segurança Pública) na megaoperação policial realizada nas comunidades do Complexo do Alemão e da Penha, na terça-feira passada (28), que resultou na morte de 121 pessoas, entre elas quatro policiais.

O pedido, assinado pelo procurador da República Eduardo Benones, foi emitido no âmbito de procedimento do MPF que fiscaliza os repasses e a aplicação dos recursos do fundo pelo estado do Rio de Janeiro.


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A apuração atende determinações do STF (Supremo Tribunal Federal) na ação conhecida como ADPF das Favelas.

A operação mobilizou cerca de 2.500 agentes das polícias Civil e Militar do Rio de Janeiro, tendo como objetivo o cumprimento de mandados de prisão e de busca e apreensão contra integrantes do Comando Vermelho, que controlam as comunidades da Penha e do Alemão.


Explicações

No despacho, o MPF requisitou à Secretaria Nacional de Segurança Pública do Ministério da Justiça e Segurança Pública informações detalhadas sobre os repasses do FNSP ao estado do Rio de Janeiro, especificando valores transferidos, instrumentos jurídicos utilizados, planos de aplicação aprovados e a situação de execução de cada convênio ou transferência.

Também foi solicitado que a Senasp (Secretaria Nacional de Segurança Pública) informe se há registros de destinação de recursos federais para aquisição de equipamentos, veículos e câmeras corporais utilizados por forças policiais fluminenses, e se foram observadas as normas federais que disciplinam o uso e a preservação das gravações geradas por esses dispositivos.


O documento destaca ainda que o FNSP tem por objetivo financiar projetos e ações de segurança pública, voltados à prevenção da violência, à inteligência policial e à redução da criminalidade e da letalidade.

A utilização desses recursos deve seguir regras específicas, proibindo, por exemplo, despesas com pessoal ou atividades administrativas.


Violações de direitos

Segundo o procurador Eduardo Benones, a megaoperação resultou em um número elevado de mortes e em relatos de uso excessivo da força, mutilações e execuções sumárias.

O despacho enfatiza que, se forem confirmadas as informações, o episódio poderá configurar grave violação de direitos humanos, inclusive com risco de responsabilização internacional do Estado brasileiro.

O despacho também aponta que parte das imagens capturadas pelas câmeras corporais utilizadas pelos policiais teria sido perdida, em razão de suposto descarregamento das baterias durante a ação.

Para o MPF, a ausência desses registros reforça a necessidade de apuração, pois compromete a transparência e o controle da atuação policial.

No documento, Benones relembra que a decisão do STF na ADPF das Favelas determinou a implementação de medidas estruturais de transparência, uso proporcional da força e preservação de provas em operações.

Entre essas medidas está a instalação de câmeras nas fardas e viaturas policiais e o controle rigoroso da aplicação dos recursos federais destinados à segurança pública.

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