Mulher é morta pelo marido na frente dos filhos; DF chega ao 20º feminicídio em 2023
Bruno Gomes fugiu após atirar no pescoço da enfermeira Patrícia Pereira, de 41 anos; caso é o segundo no DF em menos de 24 horas
Brasília|Hellen Leite, do R7, e Josiane Ricardo, da Record TV
Uma mulher de 41 anos, morta na noite desta sexta-feira (30) pelo marido, na frente dos filhos, é a 20ª vítima de feminicídio de 2023 no Distrito Federal. O caso aconteceu na região do Setor Leste, no Gama. A enfermeira Patrícia Pereira de Sousa foi morta com um tiro no pescoço por Bruno Gomes Mares. Eles estavam juntos havia 18 anos. Bruno fugiu depois do crime.
O feminicídio ocorreu por volta das 19h e foi testemunhado pelo filho do casal, um adolescente de 15 anos, e pela filha da vítima, uma jovem de 22 anos, fruto de outro relacionamento da enfermeira. O Corpo de Bombeiros foi acionado para o socorro, mas Patrícia estava sem vida quando os militares chegaram ao local.
Segundo a Polícia Militar, Bruno desligou as câmeras de segurança, que ficam do lado de fora da casa, antes de atirar na mulher e fugir, o que abre brechas para a hipótese de um crime premeditado.
Ciumento e possessivo
Vizinhos do casal contaram aos policiais que ouviam brigas entre Bruno e Patrícia com frequência. Eles tambám disseram que foi possível ouvir quando o homem ameaçou pegar uma arma para matar a companheira.
De acordo com parentes, Bruno tomava remédios controlados, mas tinha permissão para usar arma de fogo. Ele trabalhava como serralheiro e tinha comportamento "ciumento e possessivo".
Já Patrícia havia acabado de se formar em enfermagem e trabalhava na área no Hospital de Base de Brasília. Na data do crime, de folga, ela passou o dia com a filha. Em nota, o Instituto de Gestão Estratégica de Saúde do Distrito Federal (Iges-DF) afirmou que o momento é de "luto e revolta para todos os colegas, amigos e pacientes da enfermeira".
"Que Deus conforte seus amigos e familiares e principalmente os filhos que vivenciaram esse ato de brutalidade. E que a justiça seja feita. Estamos todos consternados e inconformados contra um tipo de violência cuja prevenção e reparação exige o engajamento de todos os poderes públicos e de toda a sociedade", diz o comunicado.
Dados da violência
Segundo a Secretaria de Segurança Pública do DF, o primeiro semestre do ano teve 20 vítimas de feminícidio. O número já ultrapassou a quantidade de feminicídios registrados em todo o ano de 2022, quando 17 mulheres foram assassinadas por questões de gênero.
Horas antes do assassinato de Patrícia, outra mulher foi morta no DF pelo próprio companheiro. Cláudia Barbosa Melo, de 40 anos, foi assassinada pelo namorado, João Paulo Sousa França, 26 anos, com uma facada nas costas.