Na Ásia, Lula quer fortalecer comércio e parcerias em energia, defesa e tecnologia
Além de estreitar relações comerciais com o continente, petista pode se encontrar com o presidente dos EUA, Donald Trump
Brasília|Do R7, em Brasília
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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva pretende, durante viagem oficial à Indonésia e à Malásia, fortalecer as parcerias estratégicas do Brasil com o Sudeste Asiático e ampliar a presença econômica e política do país na região.
A viagem, que ocorre em um momento de crescente importância geopolítica do bloco asiático, tem como foco o estreitamento das relações comerciais, além de cooperação em setores estratégicos, como energia, defesa e tecnologia.
Além disso, a Ásia pode abrigar o primeiro encontro presencial e oficial entre Lula e o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. Embora não haja confirmação do “cara a cara” entre os dois, o brasileiro deixou espaço na agenda, no domingo (26), para eventual reunião com o líder norte-americano (leia mais abaixo).
O pano de fundo para o giro internacional de Lula é o convite para a cúpula da Asean (Associação de Nações do Sudeste Asiático), que ocorre na capital da Malásia, Kuala Lumpur. O petista será o primeiro presidente brasileiro a participar do evento.
Antes de ir à Malásia, Lula terá encontros em Jacarta, capital da Indonésia, com autoridades locais, incluindo o presidente Prabowo Subianto. No Palácio Merdeka, eles vão discutir uma agenda bilateral ampla.
Diálogo bilateral
Entre os temas prioritários, estão a segurança alimentar, para ampliar as exportações brasileiras de alimentos como carne bovina e de aves para o mercado indonésio, e a ampliação da cooperação em bioenergia e energias renováveis, setores nos quais o Brasil busca ampliar investimentos.
Além das questões comerciais, o diálogo entre Brasil e Indonésia envolverá a cooperação na área de defesa, com potencial para parcerias na indústria aeronáutica e em outros segmentos estratégicos.
Segundo o Ministério das Relações Exteriores, a visita também deve contemplar projetos educacionais e culturais, e reforçar os laços entre os países para além da economia, ampliando o intercâmbio de conhecimento e formação técnica.
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Na agenda multilateral, Lula pretende abordar temas globais que interessam a ambas as nações, como a proteção das florestas tropicais.
Na avaliação da diplomacia brasileira, a crise climática, a reforma da governança global e esforços para promover a paz no Oriente Médio também farão parte das discussões.
Parcerias na Ásia
Na Malásia, além de participar da cúpula da Asean, o Brasil busca ampliar as oportunidades de comércio bilateral e consolidar parcerias em tecnologia, defesa e energias limpas.
A Malásia, assim como a Indonésia, é um polo importante da economia asiática e um parceiro estratégico para o Brasil na região.
A ampliação da presença brasileira no Sudeste Asiático faz parte da estratégia do governo Lula de diversificar mercados e fortalecer a inserção do Brasil em blocos econômicos emergentes, para criar oportunidades à indústria nacional e ao agronegócio.
A região é vista como fundamental para o crescimento econômico sustentável e a cooperação em inovação tecnológica.
Durante a viagem, o presidente também deve reforçar a importância de parcerias que contribuam para o desenvolvimento da infraestrutura energética, com destaque para projetos que envolvam energias renováveis, como a bioenergia, área na qual o Brasil possui experiência e potencial exportador.
‘Cara a cara’ com Trump
Lula embarcou na manhã dessa terça-feira (21) mirando um eventual encontro presencial com Trump.
O brasileiro não marcou compromissos para o próximo domingo à espera de uma reunião com o republicano, que também estará presente na cúpula na Malásia.
Apesar de garantir a agenda “livre”, o movimento da diplomacia brasileira não significa a confirmação de uma conversa “cara a cara” entre Lula e Trump, de acordo com o governo. No entanto, fontes do Palácio do Planalto acreditam que é “muito provável” que ela ocorra.
Desde a aproximação entre o republicano e o petista, após breve encontro na Assembleia Geral da ONU (Organização das Nações Unidas), em Nova York, nos EUA, a Malásia era tida como o local mais plausível para uma reunião presencial entre os dois.
Isso porque a presença de Lula e Trump nos eventos era dada como certa mesmo antes do estreitamento da relação. O esbarrão na ONU levou a uma ligação telefônica entre os presidentes, em 6 de outubro.
Não há expectativa do governo brasileiro de que o “cara a cara” leve ao avanço das negociações em torno do tarifaço imposto por Trump a produtos do Brasil. Essa discussão ocorre entre as equipes técnicas e diplomáticas de ambos os países. Assim, o encontro entre Lula e Trump seria apenas para “selar” a paz entre os dois.
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