Na COP26, Brasil promoverá 'maior ambição financeira' ao etanol
Para o Ministro do Meio Ambiente, Joaquim Leite, é obrigação das autoridades fazer com que o biocombustível ganhe escala global
Brasília|Bruna Lima, do R7, em Brasília
O ministro do Meio Ambiente, Joaquim Leite, afirmou, nesta quinta-feira (21), que é obrigação do governo federal e das autoridades competentes fazer com que o uso do etanol como fonte de bioenergia ganhe adesão em escala mundial. Por isso, Leite garantiu que irá promover o setor, buscando "maior ambição financeira" no incentivo ao produto, na Conferência das Partes (COP26), em Glasgow, na Escócia.
"O mundo precisa ter essa ambição financeira para incentivar programas que nem o etanol brasileiro, e essa indústria tem que ser apoiada", disse o ministro durante participação no seminário virtual "O etanol na mobilidade sustentável do futuro". Leite estará na COP26, o maior encontro sobre meio ambiente do mundo, que começa no próximo dia 31.
Segundo o ministro, o uso do etanol em larga escala se apresenta como uma solução sustentável de fonte de energia e que gera empreendimento. Por isso, é necessário buscar mais recursos para expandir a tecnologia no Brasil e no mundo. "A solução não é tirar acesso ao combustível ou energia, mas trazer energia em escala e volume, como é o caso do etanol, um modelo claro que gera energia, que vai possibilitar transporte sem volume de emissões, buscando neutralidade".
Outro ponto alto envolvendo a fonte é o fato de a tecnologia já ser uma realidade, e não um projeto futuro, como defendeu o ministro. No entanto, ele ressaltou que o próximo passo é incorporar o uso, que hoje está consolidado nos veículos leves, para os veículos pesados e todos os outros meios de transporte.
"O grande mercado está lá fora. Em preço e em volume. O Brasil vai negociar para colocar o maior número de produtos e o etanol estará dentro desse mercado global de carbono. É o grande desafio e vamos agir de forma proativa para que isso aconteça e tenhamos mais uma oportunidade de trazer recurso ao país", completou Leite.
A intenção do governo com a promoção do etanol é, além de contribuir com a meta brasileira de redução dos gases de efeito estufa, gerar resultado de benefício econômico para o setor, criando mais emprego, mais atividade econômica e expandindo a indústria.
Também participou do evento a ministra da Agricultura, Tereza Cristina, reiterou a necessidade de posicionar o etanol como alternativa de mobilidade sustentável. "O Brasil tornou-se referência mundial. Começamos isso a muito tempo atrás com pesquisa e inovação tanto na área agrícola quanto industrial".
O gargalo, segundo a ministra, é que apesar dos países estarem buscando uma união para a redução do uso de combustíveis fósseis, muito se discute os modelos centrados nos veículos elétricos "mas apenas na medida em que sejam alimentados por energia elétrica renovável, o que não é o caso em diversos países que têm seguido esse caminho".
Por isso, para Tereza Cristina, é preciso colocar na mesa soluções reais que atendam às necessidades mundiais mais abrangentes. "Contamos no Brasil com culturas adequadas, genética, a tecnologia e logística para termos atuação de ponta desse mercado que se revela cada vez mais promissor", disse, ressaltando não só a produção de etanol a partir da cana-de-açúcar, mas também do milho.