Na CPMI do 8/1, blogueiro acusado por bomba diz que só vai colaborar com acesso aos autos acusatórios
Wellington Macedo decidiu não responder aos questionamentos, medida autorizada por decisão liminar do STF
Brasília|Bruna Lima, do R7, em Brasília
O blogueiro Wellington Macedo afirmou na fala inicial à Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do 8 de Janeiro nesta quinta-feira (21) que só iria colaborar com os trabalhos do colegiado a partir do momento em que os advogados dele tivessem acesso aos detalhes da acusação. Com isso, o depoente resolveu não responder aos questionamentos, medida autorizada por uma liminar do ministro Luís Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal (STF).
"Quando tiver acesso aos autos vocês podem me convocar novamente aqui que vou colaborar com vocês", afirmou o blogueiro. Ele é condenado por participar da tentativa de explodir uma bomba nas proximidades do Aeroporto de Brasília e foi preso na última quinta-feira (14), no Paraguai, após ficar mais de três meses foragido na Justiça.
Macedo disse não saber "até hoje porque paga um preço tão alto, de tanta humilhação", em referência a não ter acesso aos detalhes da acusação. A defesa do blogueiro entrou com uma apelação contra a prisão. A justificativa é que o réu "discorda da sentença proferida", mas não há apresentação de argumentos no pedido, o que, segundo a defesa, só deve ser ser feita ao tribunal para onde for encaminhada a ação.
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O blogueiro e os outros dois réus, o empresário George Washington de Oliveira Souza e Alan Diego dos Santos, foram denunciados pelo crime de explosão. O juiz Osvaldo Tovani condenou Wellington Macedo por ter levado Alan até a proximidade do aeroporto de Brasília, onde a bomba chegou a ser colocada embaixo de um caminhão com combustível.
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O advogado do blogueiro Aécio Fernandes defendeu a tese de que Macedo não teve envolvimento direto com o planejamento do ataque à bomba e que não sabia da existência do artefato quando deu carona a Alan. "O Wellington nunca conheceu o George, viu o Alan pela primeira vez no acampamento quando ele pediu a carona. Por si só essas questões já destroem o suposto liame subjetivo [ligação entre os agentes do crime] que o Ministério Público diz que existiu", disse à reportagem, logo após a prisão do cliente.
Macedo estava foragido no Paraguai desde a condenação e foi detido em uma operação conjunta com a polícia paraguaia em Ciudad del Este.